São Paulo continua na luta contra a "reorganização" desorganizada proposta pelo governo que culminou com a "saída pela tangente" do secretario da educação e Goiás entra na luta por uma escola publica de qualidade e protesta contra a entrega de vários estabelecimentos de ensino aos OSs,que nada mais é do que um "projeto educacional" importado de outros países que foram aplicados em realidades sociais,politicas e culturais completamente diferentes na realidade brasileira .
Os estudantes de Goiânia declararam que a inspiração para iniciar o movimento de "retomada" da escola pública pelos alunos foram a manifestações dos alunos de São Paulo que declararam apoio aos colegas goianos na última concentração pela escola pública de qualidade,realizada na última semana na Paulista e em outros locais do estado.
Estudantes ocupam mais escolas em ato contra OSs na Educação, em GO
Pela primeira vez, eles fecharam colégio do interior, em Anápolis.
Ao todos, jovens estão em 8 unidades, sendo a maioria em Goiânia.
Estudantes ocuparam na manhã desta segunda-feira (14) mais quatro escolas da rede estadual de Educação em Goiás. Eles protestam contra o projeto do Governo de Goiás de terceirizar a gestão da rede de ensino por meio de Organizações Sociais (OSs). Em seis dias, o movimento fechou oito unidades.
Nesta manhã, os alunos ocuparam o Colégio Pré-Universitário (Colu), no Setor Leste Universitário, e o Colégio Estadual José Lobo, no Bairro Rodoviário, ambos na capital. Já em Aparecida de Goiânia, o movimento incluiu o Colégio Estadual Cecília Meireles, no Setor Santo Antônio. Pela primeira vez o ato atingiu o interior goiano, pois o Colégio Polivalente Frei João Batista, em Anápolis, a 55 km de Goiânia, foi ocupado.
O movimento começou na última quarta-feira (9), com a ocupação do Colégio Estadual Professor José Carlos de Almeida. Desde então, foram ocupados pelo movimento estudantil o Lyceu de Goiânia, Colégio Estadual Robinho Azevedo e o Instituto de Educação de Goiás (IEG).,
Em nota, a Secretaria de Educação, Cultura e Esporte (Seduce) informou que respeita as manifestações feitas pelos alunos e que sempre esteve aberta ao diálogo. O órgão explicou que, mesmo com a implantação das OSs, as escolas vão permanecer 100% públicas e gratuitas. Além disso, todos os professores terão seus direitos assegurados.
A secretaria disse ainda que “tem a convicção que este modelo será uma iniciativa inovadora, tornará o sistema mais ágil, mais eficiente e fará avançar a qualidade da educação”.
Ao G1, a advogada Clarissa Machado contou que há cerca de 300 alunos dentro do Colégio Estadual Cecília Meireles. Ela está dentro da unidade com outras mães e advogadas que defendem a causa.
Já em Anápolis, sete estudantes ocupam a instituição. Devido ao ato, os demais alunos deixaram a unidade. Apenas funcionários do colégio permanecem no local.
Uma das alunas que ocupam o José Carlos de Almeida, Gabriela Costa, de 16 anos, disse queos atos realizados em São Paulo contra a reorganização do sistema educacional serviram de inspiração. "Nos inspiramos nos atos de São Paulo. E até no último protesto que eles fizeram, eles declaram abertamente apoio ao movimento aqui em Goiânia", disse.
Organizações sociais
Em Goiás, a proposta do novo modelo de gestão já é aplicado em hospitais, mas é inédito na Educação. As OSs são entidades sem fins lucrativos, que recebem recursos do estado para administrar um determinado órgão público.
De acordo com a Seduce, as OSs, que já devem começar a atuar no início do ano que vem, trarão vantagens para as escolas, já que poderá fazer reformas, sem a necessidade de licitações, e poderá pagar melhores salários aos professores, que serão contratados no regime de Consolidação das Leis de Trabalho (CLT). Para os concursados, nada muda.
“Todas as escolas da secretaria, OSs ou não, terão que seguir o mesmo currículo e terão de seguir determinadas metas. Além disso, as OSs vão ter que seguir aquilo que a secretaria determinar, mas a escola continuará exatamente como é, pública, gratuita, e a gente espera que cada vez com mais qualidade”, explicou a secretária de Educação, Raquel Teixeira.
O objetivo é que as OSs passem a gerir, em caráter experimental, até 30% das unidades escolares que integram as subsecretarias de Educação de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Anápolis, Trindade, e do Entorno do Distrito Federal. A relação das escolas escolhidas ainda não foi divulgada.
O governo já estuda implantar esse modelo desde o início da atual gestão. Um chamamento para selecionar entidades e empresas interessadas chegou a ser feito em abril deste ano, no entanto, na ocasião, não foram registradas manifestações e o projeto não pôde ser aplicado.
Assim como os estudantes, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego) é contrário à medida, pois alega que ela vai interferir nos planos de carreira dos professores.
Para a presidente do Sintego, Bia de Lima, a adoção do modelo de gestão em apenas algumas escolas não vai surtir efeitos positivos. “Não apenas uma, ou duas, mas todas as escolas estaduais precisam ter qualidade para trabalhar e desenvolver um bom trabalho pedagógico para os alunos. Precisamos disso para todas, não para só uma parcela”, disse.
fonte:http://g1.globo.com/goias/noticia/2015/12/estudantes-ocupam-mais-escolas-em-ato-contra-oss-na-educacao-em-go.html
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