O mais novo relatório da UNESCO indica que a má qualidade é o
principal problema da educação brasileira, isso porque estamos numa
época em que especialistas de ensino do
mundo inteiro se preocupam em como adequar a educação atual às novas tecnologias que
invadem o cotidiano escolar e a vida das pessoas em uma velocidade impressionante.
Apesar desta
conclusão em relação a qualidade do
ensino brasileiro, neste último
relatório a UNESCO reconhece que houve progressos na universalização do ensino,o grande problema é que a universalização não acompanha a qualidade que vem se dando de
forma muito lenta ou nula.
O Brasil
ainda é o 8º país no mundo com grande índice de analfabetos, são treze milhões
de brasileiros que não sabem ler nem escrever,isso sem contar os “alfabéticos
funcionais” que também são milhões e não entraram nesse relatório.
A má
qualidade se deve aos muitos problemas que estão historicamente presentes na
educação brasileira, especialmente na educação pública com uma política
educacional cada dia mais equivocada e vitimizada
pelo partidarismo político.
Nessa educação capenga praticamente todos os profissionais que atuam
nas escolas recebem baixos salários, temos atualmente um verdadeiro exército de
professores cada vez mais frustrados que
não exercem mais a função com profissionalismo e milhares que são sufocados pelas dificuldades diárias da realidade escolar,
além disso temos o pior problema atual
que é a ausência dos pais que não participam na educação dos filhos.
Após a divulgação destes relatórios da UNESCO
,a sociedade tem se perguntado porque
crianças e jovens não se adaptam à escola e cada vez mais aumenta o número
daqueles não conseguem aprender.
As autoridades se escondem atrás das mais
variadas desculpas e muitos se arriscam
em encontrar respostas extremamente preconceituosas,nesta busca dos culpados esquecem
a política e os investimentos necessários para a educação e depois de culparem
os professores que são taxados de “incompetentes” e mal formados,terminam
jogando o problema para as questões cognitivas dos alunos ,reforçando a antiga ideia
de que alunos pobres são inferiores e que o problema é agravado pelo fato deles
virem de lares desfeitos, pais desinteressados, etc.
A própria Unesco faz coro junto a muitos setores da sociedade brasileira que
lutam por uma educação de qualidade quando critica o fato de as
políticas sociais e educacionais não reduzirem a disparidade de investimento
por aluno no país,ou seja, os alunos do nordeste custam menos do que os alunos
do sudeste e o Brasil investe seis vezes
menos em cada aluno do que os EUA.
A péssima qualidade da educação brasileira é preocupante
pois,caso a situação não seja revertida nos próximos anos , a força de trabalho
será diretamente prejudicada e essa
preocupação já atinge as industrias brasileiras que teme os resultados disso
nas próximas décadas,isso porque a formação de nossos alunos e consequentemente de nossos profissionais será
cada vez mais deficitária e desqualificada,gerando uma massa de desempregados
de um lado e uma sobra de emprego do
outro lado,porque não haverá profissionais habilitados para ocupá-los.
Qual a alternativa para reverter tal situação?
A conscientização de que não podemos continuar a espera
de um milagre, é fundamental continuar a investir em projetos que estão dando
certo,respeitando a individualidade de cada grupo e características espaços geográficos
e culturais, investir na valorização dos professores não somente na questão salarial,mas
de formação e qualidade de vida ,buscar parcerias com a família e a comunidade
local e finalmente rever o papel da escola na sociedade atual, com a
participação de todos neste debate,em
busca de uma educação de qualidade.
M. Socorro
M. Socorro
Unesco aponta má qualidade como principal problema
da educação
29/1/2014 10:53
Por Redação, com DW - de Brasília
Por Redação, com DW - de Brasília
Nenhum dos
seis objetivos estabelecidos pela Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) será
cumprido globalmente até 2015, segundo o Relatório de Monitoramento Global Educação para
Todos.
O
levantamento, que será divulgado nesta quarta-feira em Brasília e em Adis
Abeba, na Etiópia, aponta que 250 milhões de crianças não conseguiram aprender
o básico na escola primária e que um quarto da população jovem do mundo não é
capaz sequer de ler parte de uma frase.
Apontado diversas vezes como
exemplo positivo, o Brasil conseguiu atingir as metas de “educação primária
universal” e “habilidade de jovens e adultos”, mas ainda precisa avançar para
melhorar a qualidade do ensino e diminuir os índices de analfabetismo.
Treze milhões de brasileiros
não sabem ler nem escrever, o que faz do Brasil o oitavo país com maior número
de analfabetos.
- O
grande nó crítico do país é a qualidade da educação, especialmente em relação
ao aprendizado.
O aluno está na sala de aula,
mas não aprende.
É uma exclusão intraescolar:
22% dos alunos saem da escola sem capacidades elementares de leitura e 39% não
têm conhecimentos básicos de matemática.
De qualquer maneira, não podemos negar os grandes avanços que o Brasil apresentou”, afirma Maria Rebeca Otero, coordenadora de educação da Unesco no Brasil.
De qualquer maneira, não podemos negar os grandes avanços que o Brasil apresentou”, afirma Maria Rebeca Otero, coordenadora de educação da Unesco no Brasil.
O Fundo
de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos
Profissionais da Educação (Fundeb) é visto como uma política de sucesso.
O relatório diz que o fundo
aumentou em 20% a frequência escolar entre as crianças mais pobres e elevou o
número de matrículas, especialmente no norte do país. “O Fundeb é tido como um
exemplo para o mundo, mas devemos destacar que a gestão dos recursos ainda é
muito deficitária”, avalia Otero.
A Unesco critica o fato de as políticas sociais
e educacionais não reduzirem a disparidade de investimento por aluno no país.
Em 2009, o Estado gastou 611
dólares por aluno do ensino primário na região Nordeste, metade do que é
investido em um estudante do Sudeste.
O mínimo de gasto para uma
educação adequada seria US$ 971 por aluno, diz a publicação.
Valorização
dos professores
O
relatório, intitulado Ensinar
e aprender: atingindo a qualidade para todos, destaca que cerca de
10% do gasto na educação infantil no mundo é perdido devido às falhas no
sistema de ensino.
A crise global do aprendizado
custa aos governos 129 bilhões de dólares por ano. “No estágio atual, os países
simplesmente não podem reduzir o investimento em educação”, ressalta o texto.
A
Unesco conclui que a valorização dos professores pode mudar esse cenário e faz
um alerta aos governos para que ofereçam melhores condições de trabalho a esses
profissionais.
“É preciso atrair melhores
candidatos e preencher as vagas. Eles precisam ser treinados para entender as
necessidades das crianças e também ser valorizados, com melhores salários e
planos de carreira”, diz Otero.
O
especialista em políticas públicas de educação Erasto Fortes, membro do
Conselho Nacional de Educação, afirma que o governo deve se comprometer a
construir uma política nacional de formação de professores e oferecer programas
de especialização, como prevê o Plano Nacional de Educação (PNE). “O piso
salarial, que é muito baixo, também precisa corresponder à média paga a outros
profissionais que tenham o nível de formação de ensino superior. Ainda assim,
estados e municípios têm recorrido à Justiça para fazer com que essa lei não
tenha vigência, em função de dificuldades orçamentárias”, critica.
De
acordo com a Unesco, será necessário recrutar 5,2 milhões de professores em
todo o mundo até 2015.
Ainda
sem um Plano Nacional
O
Brasil está sem um Plano Nacional de Educação desde 2011.
O primeiro, aprovado em 2001,
teve vigência de dez anos.
O novo texto que tramita no
Congresso Nacional estabelece 21 metas para aprimorar a educação no país. “O
problema principal a ser considerado é o prazo. O Congresso ainda não cumpriu
com sua competência de aprovação do plano e precisa ser mais ágil”, considera
Fortes.
O PNE
foi aprovado no Senado em dezembro de 2013, mas, como houve modificações, o
texto voltou para a Câmara dos Deputados. A nova versão é alvo de críticas de
movimentos de educação, que veem um tom “privatista” nas mudanças.
Como
exemplo do impacto do novo texto aprovado pelos senadores, o especialista em
financiamento da educação José Marcelino de Rezende Pinto explica que o Fies,
que permite ao estudante financiar as mensalidades das instituições privadas, e
o Prouni, que oferece bolsas de estudo em universidades particulares, seriam
considerados gastos públicos. “É muito pior, porque infla o gasto e considera
todos os repasses ao setor privado como gasto público. É o velho artifício de
incrementar o gasto educacional”, diz.
O
coordenador geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara,
teme que o PNE não seja aprovado na Câmara antes das eleições, em outubro.
“Durante todo o processo, o governo federal tentou protelar a votação. Se a
pressão das eleições não fizer com o que o governo aprove o plano, o debate
pode ficar para 2015 ou 2016. É um momento muito delicado”, avalia.
Financiamento
da educação
Pressionado
pelos protestos de junho do ano passado, o Congresso Nacional aprovou em
setembro a destinação de 75% dos royalties do petróleo para a educação.
Para Marcelino, os recursos não
serão suficientes para bancar a elevação de 10% do PIB para gastos em educação,
como prevê o PNE.
No
relatório, a Unesco estabelece que o mínimo a ser investido é 6% do PIB. De
acordo com a entidade, o Brasil destina 5,9%. Segundo Marcelino, esse parâmetro
internacional não pode servir de comparação. “Países ricos gastam cerca de 6%
do PIB, mas o montante deles é muito maior. O que deve ser analisado é o gasto
por aluno. Os Estados Unidos, por exemplo, investem seis vezes mais do que o
Brasil”, diz.
O
especialista argumenta que, para cumprir a meta de 10% do PIB para educação, o
Congresso deverá fazer um grande esforço orçamentário. “O próprio ministro da
Educação, Aloísio Mercadante, admitiu que os royalties não seriam suficientes.
Agora, tudo depende da batalha dos deputados. Só o petróleo não dá. Acho que o
exemplo da Copa é interessante: quando se precisa de dinheiro, ele aparece.”
fonte:http://correiodobrasil.com.br/educacao/unesco-aponta-ma-qualidade-como-principal-problema-da-educacao/680640/
fonte:http://correiodobrasil.com.br/educacao/unesco-aponta-ma-qualidade-como-principal-problema-da-educacao/680640/
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