quinta-feira, 11 de novembro de 2010

A NOVELA DO ENEM CONTINUA EM GRANDE AUDIÊNCIA...


Falta de Educação

Publicado Quinta-feira, 11 Novembro, 2010 . 7:01 hs  

Por Belmiro Vianez Filho
Virou caso de polícia o problema da Educação no Brasil. Suspeitas de fraude, vazamento de informações, negligência e impunidade são algumas das crescentes e inaceitáveis estripulias, e reprise, dessa tragicomédia em que se transformou mais uma realização do Exame Nacional do Ensimo Médio, o ENEM.
São quase 5 milhões de jovens e suas famílias em estado de tensão, apreensão e revolta, num desgaste que extrapola infinitas vezes os R$ 180 milhões investidos na realização do evento, e põe, mais uma vez a nu o esplendor do descaso com que temos tratado a questâo sagrada e decisiva do ensino no país. 
Como Nação, assinamos para nossos filhos um atestado, mais um, de incompetência no trato de seus interesses e futuro. 
Sequer soubemos transplantar o conceito pedagógico e o procedimento industrial importados, posto que o ENEM copia o modelo pedagóico norte-americano e contratou dos Estados Unidos a gráfica responsavel pela impressão das provas. O que se abriga por trás disso?
LEIA TUDO CLICANDO EM MAIS INFORMAÇÕES...

Depois de impor uma maratona de pressão e opressão que proíbe e tensiona jovens atarantados, que lhes exige, por exemplo, pontualidade mas lhes confisca o relógio, ferramenta vital para monitorar estratégias e prioridades da competição, os organizadores do ENEM propiciam um espetáculo de inépcia – a sigla dos responsáveis diretos é, ironicamente, INEP – para a opinião pública global. Corações e mentes das famílias atingidas e do cidadão em geral trouxeram de volta a frase atribuída a Charles de Gaulle, “…o Brasil não é um país sério”. 
Basta ver como são formuladas e aplicadas as regras públicas e como boa parte de seus gestores administram o erário. Boicote ao ministro, inabilidade profissional dos colaboradores, certeza da impunidade…não importa exatamente quais desses fatores pesa mais na elucidação do deslize, o fato é que Educação está longe de ter um tratamento prioritário da União.
Transformada em mercadoria qualquer na gôndola dos itens de negócios e oportunidades que movimentam esse estranho varejo corrompido – e pauta de promessas de todos os candidatos da temporada eleitoral – o desafio da Educação ganha caráter de emergência a começar pelo despreparo escolar da absoluta maioria dos representantes da classe política.
Basta ser esperto no sentido pejorativo do termo, não precisa ser especialista em qualquer área do conhecimento, para se dar bem. 
O diagnóstico, pois, para essa patologia social, que descreve as contradições do presente, suas desigualdades sociais, e compromete o futuro das novas gerações, passa pela falta de Educação, no seu sentido popular de civilidade, literal, de crescimento e de transformação e respeito à dignidade das pessoas. É hora de parar pra acertar…

Nenhum comentário:

Postar um comentário