Nos últimos meses o DPME está fazendo uma verdadeira “varredura”
nos processos de readaptações de professores da rede estadual de São Paulo e
isto tem causado polêmica e terror entre os professores que estão afastados das
salas de aula por problemas de saúde e devido as restrições médicas desenvolvem
outras atividades no ambiente escolar.
As convocações para reavaliação e novas perícias estão
sendo no mínimo arbitrárias, pois o espaço de tempo entre a publicação e a reavaliação
é muito curto, o que impede muitos convocados de se organizarem com relatórios do médico
assistente e exames exigidos no ato da avaliação do médico perito,
principalmente se considerarmos que o convênio oferecido pelo Estado (IANSPE), muitas vezes não atende a demanda de atendimentos e necessitam de prazos
consideravelmente longos para realização de consultas com especialistas e
realização de exames, inviabilizando o cumprimento das regras para reavaliação
da readaptação.
São várias as denúncias nas redes sociais de readaptados que
descrevem o descaso do DPME em relação ao atendimento no ato da perícia e um número considerável de professores tem a
readaptação cessadas ,apesar dos relatórios dos médicos assistentes e exames de
restrições laborais apresentados.
O momento destas reavaliações é totalmente inadequado ,pois a cessação de da
readaptação no final do período de
atribuição de aulas do ano letivo é extremamente prejudicial ao professor, pois
além do problema do retorno a sua atividade de origem sem restrições e sem
condições de trabalho, este professor tem classes e aulas atribuídas
aleatoriamente nas Diretorias de Ensino .
O professor readaptado que tem a readaptação cessada neste momento e está
voltando para sala de aula não tem a garantia de continuar nas suas escolas de origem,
no caso do fundamental I podendo ir para
qualquer escola da diretoria e no caso do Fundamental II e do Ensino médio sobram apenas aulas “picadas” em várias escolas ,obrigando o
professor a se locomover longas distâncias em um mesmo período prejudicando
ainda mais sua saúde já debilitada e
consequentemente a qualidade do seu trabalho em sala de aula.
O deputado
Carlos Giannazi (PSOL) ao tomar conhecimento desta situação , protocolou “indicação’
parlamentar solicitando providencias na
Secretaria de Estadual do Planejamento
e Gestão em relação aos prazos praticados pelo DPME nestas convocações e caracterizou tal prática como arbitraria
e irresponsável.
Segundo ele, ” tem ocorrido com frequência a publicação
de convocação para perícias no DPME com pouquíssimos dias entre a publicação e
a realização da perícia, algumas vezes ocorrendo em datas com feriados e
“pontes” com pontos facultativos em que as escolas, principalmente, ficam
desmobilizadas. Além do mais, sabe-se
que os servidores readaptados precisam juntar documentação recente para ser
vista, lida, compreendida e analisada pelo perito. Entre outras formas de
desrespeito aos servidores que pleiteiam readaptação nova ou recondução, esta
tem sido uma das mais frequentes. E todos sabemos que a saúde já precarização
do/a servidora/a também é afetada por este tipo de ato administrativo quase irresponsável.
”
Segundo a ASPRESP - Associação dos professores readaptados do Estado de São Paulo, os professores readaptados estão sofrendo sérios ataques nos últimos anos,destacando como exemplo a Resolução
SE nº 18 (10/04/2017) que desestabilizou ainda mais o emocional e a saúde já precária dos professores readaptados.
A Resolução citada
prejudicou os professores readaptados temporários e definitivos com a
criação de módulos limitados, obrigando os readaptados caracterizados pelos critérios da Resolução
“excedentes” em suas unidades de trabalho a participar de uma grande movimentação ou
melhor uma “remoção forçada” para adequação
aos novos critérios dos módulos, causando um tremendo reboliço em toda rede, pois o
profissional passou trabalha em uma escola e sua “vida funcional” ficou em
outro escola denominada sede.
É importante lembrar que de acordo com o já defasado "Estatuto do Magistério",o professor readaptado não tem direito a remoção o que é um absurdo,pois trata o professor readaptado como uma categoria diferente que não pertence ao quadro do magistério.
A Justiça através da ação vitoriosa da ASPRESP, derrubou
a resolução SE nº 18 (10/04/2017) e os professores readaptados que se sentiram
prejudicados pela mudança conquistaram
o direito de retornar a suas escolas de origem.
A SEE revogou a Resolução nº18(10/04/2017) após a publicação da nova resolução SE nº 9 (31/01/2018) que além da questão dos “excedentes” corrigiu alguns pontos polêmicos da resolução anterior.
A SEE revogou a Resolução nº18(10/04/2017) após a publicação da nova resolução SE nº 9 (31/01/2018) que além da questão dos “excedentes” corrigiu alguns pontos polêmicos da resolução anterior.
Retomando a questão das convocações em “massa” dos
readaptados pelo DPME, a ASPRESP considera que “ As convocações da forma
que estão sendo publicadas e a cessação de
muitas readaptações estão deixando os professores
readaptados desorientados, e a principal consequência da cessação das readaptações a” toque de
caixa” como parece estar acontecendo é a
considerável piora no quadro clínico destes
profissionais que de volta a sala de
aula sem condições de saúde só aumenta o chamado “presenteísmo”,
termo que caracteriza o
servidor que está presente no seu local de trabalho porem sua produtividade está comprometida devido a
saúde debilitada .
A precarização das condições de trabalho na
educação está formando um verdadeiro exército de profissionais debilitados por
várias doenças profissionais e uma nova categoria na rede pública de ensino.
Estudos
denunciam que o “presenteísmo” é um dos fatores
determinantes para agravar ainda mais a
saúde dos trabalhadores .
A ASPRESP alerta que o “presenteísmo” apresenta considerável aumento entre os professores readaptados ,pois a dúvida sobre sua situação funcional
passa a fazer parte de seu dia a dia.
A insegurança no cotidiano do readaptado
piora o quadro a cada ano devido a imposições de novas regras via resoluções e instruções publicadas sem um estudo mais profundo de seus efeitos , isso
tende a prejudicar a reabilitação do
readaptado piorando ainda mais sua saúde já debilitada e agravada pela precariedade do ambiente escolar que estão inseridos ,pois este ambiente continua com os "elementos" causadores de muitas destas enfermidades,como a violência , a falta de recursos mínimos como a ergometria e a desvalorização do magistério.
“É importante
lembrar que somente entre os professores existem mais de 14 mil readaptados, de
acordo com a pesquisadora Sandra Noveleta Antunes que publicou em 2014 um
estudo cujo título já é uma denúncia sobre o problema da readaptação:"MAL-ESTAR E ADOECIMENTO DOCENTE NA ESCOLA PUBLICA PAULISTA:UM PANORAMA PREOCUPANTE "
A cessação de readaptação em massa esta sendo denunciada nos
vários grupos de professores das redes sociais. Professores estão voltando para
salas de aula sem as mínimas condições de saúde para exercer suas funções e isso pode ter um grande “Boom"de licenças médicas nos próximos meses
A pesquisadora e Mestre Maria
de Lourdes de Moraes Pezuol publicou primeiro estudo sobre a
readaptação no Estado de São Paulo “ IDENTIDADE E TRABALHO
DOCENTE: A SITUAÇÃO DO PROFESSORREADAPTADO EM ESCOLAS PÚBLICAS DO ESTADO
DE SÃO PAULO” salienta que a readaptação
foi criada para que o servidor público não continuasse em licenças de saúde
constantes,ou seja a readaptação preconizava a possibilidade de uma reabilitação,mas na prática isso não ocorre,pelo contrario o ambiente hostil da "discriminação e da invisibilidade" piora o quadro de saúde do readaptado.
Entidades
representantes dos professores estão se posicionando para RESGUARDAR A
INTEGRIDADE do professor Readaptado diante da arbitrariedade do DPME.
A ASPRESP está passando orientações para
seus associados, mantém um plantão de esclarecimento de dúvidas nas redes sociais,
solicitou oficialmente a reunião com DPME e tem indicado a possibilidade de
ações individuais como a “Tutela Antecipada”.
O CPP Centro do
professorado Paulista em sua página oficial informa que o Departamento Jurídico do
Centro do Professorado Paulista vem recebendo diversas reclamações de
associados sobre a cessação da readaptação com relatos de perícias realizadas
de forma arbitrária desconsiderando o real estado de saúde dos
professores. Esclarece que “Readaptado
prejudicado pode entrar com ação individual."
O Deputado Giannazi conclui que essa situação
de pânico instaurada entre os professores readaptados deixa claro “
insensibilidade administrativa desse órgão que parece ter se
especializado em causar transtornos às servidoras/as, prejudicar sua saúde e
prejudicar ainda mais quem passa por estes momentos de dificuldades. ”
FONTE:CPP https://www.cpp.org.br/juridico/informes/item/12082-orientacao-sobre-cessacao-de-readaptacao
ASPRESP www.aspresp.com.br/
https://www.facebook.com/readaptadossp/posts/1187666587963510
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