domingo, 6 de janeiro de 2013


5/1/2013 às 2h16

A falta de vontade com a educação no Brasil



Se o desempenho em Matemática dos alunos das escolas municipais de São Paulo revelou uma terceira piora, podemos imaginar o que acontece com os alunos das escolas estaduais. É verdade que nenhuma criança vai à escola para mudar seu País ou ter uma profissão.
 Quando cresce, o aluno percebe a chatice da escola e vai se frustrando porque não tem bons professores, aqueles que libertam os alunos e fazem com que ele possa desenvolver suas potencialidades e seus sonhos.
 Há diversas instituições que podem contribuir para que a pessoa atinja seu potencial. A escola é, sem sombra de dúvidas, a mais importante delas.
 A primeira função da escola é instrumentalizar o aluno para que ele possa navegar no mundo, para isso, ele precisa dominar a escrita e as operações matemáticas.
 Depois, a escola precisa transmitir aos alunos um vasto conhecimento que ele vai acumulando ao longo dos anos. A boa escola precisa fazer com que os alunos usem os diversos conhecimentos como ferramentas para desenvolver sua capacidade de pensar.
 Enquanto que uma boa educação gera multiplicidade de interpretações e de opções, um mau sistema educacional gera limites e bloqueios, conforme diz o economista Gustavo Ioschpe.  
  Milhões de brasileiros veem seus sonhos roubados por culpa de um sistema educacional incompetente.
Assim falando, fica fácil entender porque cada vez mais nossos alunos saem das escolas sem saber ler e escrever, o que é básico e deveria ser exigência em toda escola que se presta ao ofício de ensinar.
 Constatar em pleno século XXI que os alunos de 14 anos do Estado mais rico da Federação  têm conhecimento equivalente a de uma criança de 10 anos, por si só demonstra como o ensino brasileiro é ineficiente, ineficaz e incompetente.
 Esperar melhora daqueles que têm nas mãos a caneta e nada fazem é desolador. Somente quem estudou e aprendeu dentro dos níveis de aprendizagens considerados satisfatórios pode compreender a falha da educação brasileira.
 Sinceramente, não vejo como melhorar o nível de nossos alunos se não melhorarmos o nível dos professores. Não é com salário de fome que governos atraem para as salas de aulas profissionais que se dedicam à educação. Ultimamente, o que se vê são pessoas que por não terem melhores  opções, escolhem o Magistério para se encostar. 
O aluno vira cobaia em mãos irresponsáveis, pois é tirado das crianças o sonho de aprender e com felicidade. Assim, o professor finge que ensina, o aluno finge que aprende e o governo finge que paga. É nesse fingimento que o Brasil amarga as piores colocações no ranking quando o assunto é educação de qualidade.
 É de se perguntar, esse País tem jeito? Da forma como encara a educação não tem, mas qual será mesmo a importância que tem para nossos governantes uma população culta, consciente de seus deveres e obrigações, fazedora das pequenas coisas como: não jogar lixo nas ruas, respeitar o patrimônio público, a natureza, o seu semelhante, pedir por favor, dizer obrigado, dentre outros? São pequenos gestos que educam para a vida.
 Finalmente, causa estranheza que um economista, como Gustavo Ioschpe tenha uma visão tão clara do ensino brasileiro, enquanto milhares de encastelados da área de educação, incham o MEC e os diversos setores educacionais e nada propõem para mudar a educação brasileira. Isso tem um nome: incompetência e desinteresse pelo povo brasileiro.
(Izabel Avallone, via e-mail)
fonte: http://www.dm.com.br/texto/84022-a-falta-de-vontade-com-a-educaaao-no-brasil

Um comentário:

  1. Concordo com vários aspectos mencionados no texto como uma explicação para a queda na qualidade do ensino no nosso estado. Mas, discordo que na rede estadual só existam mal profissionais, pessoas que não conseguiram oportunidades melhores de trabalho. Muitos professores estão na área por gostarem do que fazem e por enxergarem que seu trabalho é de suma importância social. Outro ponto é que os alunos que estão na escola pública são oriundos de uma classe social baixa, cujos pais tem baixa escolaridade, capital cultural e que sua forma de enxergar a escola muitas vezes impede que o trabalho do professor possa ser realizado de forma plena. Muitos chegam com agressividade, ignorância de regras básicas de convivência. Não há como negar no entanto, o descaso de décadas do governo estadual com os profissionais da educação, vide a lamentável forma como vem tratando a questão salarial dos docentes, a quebra de isonomia salarial, a falta de critérios claros e justos com relação ao bônus docente.

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