terça-feira, 17 de janeiro de 2017

O ANO LETIVO DE 2017 SERÁ DIFÍCIL PARA OS PROFESSORES DA REDE ESTADUAL!

O ano de 2016 foi muito difícil para todos e este, mal chegou ao fim  e mais uma vez  os  profissionais da educação de São Paulo foram  surpreendidos com péssimas noticias para  a educação e para o ano letivo de 2017.
Logo que começou  o “merecido” recesso  dos professores da rede de ensino de São Paulo, a Secretaria de Estadual de Educação  resolveu anunciar algumas resoluções (SE 69/16 73/16 e 74/16), que causaram grande tribulação entre os docentes que além de exaustos vão entrar em férias com a cabeça literalmente “ fervendo”.
As alterações em  alguns pontos na atribuição de aula de 2017, deixam claro que o governo continua fazendo a reorganização do ensino proposta em 2015 por” baixo dos panos” .
As alterações destas resoluções e das últimas atitudes do governo caracterizam um  claro “enxugamento  da maquina”  que pode trazer muitas complicações causando uma avalanche de problemas, dentre estes o  comprometimento  ainda maior da qualidade de ensino nas escolas da rede estadual.
A “reorganização “prossegue disfarçada  e continua baseada no “enxugamento da maquina” nos últimos anos, como se não bastasse o corte na coordenação pedagógica em 2015,as novas resoluções cortam os vices diretores das escolas com menos de 17 salas ativas, proíbem a recondução dos professores mediadores  nas escolas da família gerando muitas  duvidas sobre a continuidade do projeto, manipulam ações que podem  acabar com as salas de leitura nos próximos anos e provavelmente  pode extinguir totalmente a categoria “O”.
A cada ano letivo é nítido que o problema da sala de leitura é  complexo ,  estando fadada ao fracasso ,pois na realidade não existe um compromisso serio da Secretaria da educação em manter um profissional no projeto ,as resoluções na prática  limitam o horário de atendimento, pois o   professor de categoria” F “so pode atuar  nesta apenas nas horas de permanência ou impõe  a sala de leitura ao professor readaptado sem restrições de atuação com alunos, desconsiderando em ambos os casos  a necessidade de perfil para atuar nesta área ,isso sem  considerar também que é notório que os readaptados possuem sérios problemas de saúde e que  em casos de sobrecarga de responsabilidades necessitam de constantes afastamentos o que  impede a continuidade do projeto no ano letivo.
Na última década   as escolas estão enfrentando sérios problemas para encontrar professoras substitutas ,o que já é raridade em muitas regiões , a falta de professores de algumas disciplinas já é  uma situação gravíssima e a nova resolução determina que  o professor da categoria “O”, não terá o pagamento garantido da licença total que tiver ocupando, se o mesmo por motivos de doença tirar uma licença  e esta for um período superior ao prazo que restar para acabar a licença do professor  que está substituindo.
Na  politica de “enxugamento da maquina” da SEE ninguém escapa ,os professores efetivos também serão contemplados por mudanças que complicam suas vidas, a resolução que trata do assunto  muda a  lei da  jornada inicial, a partir desta, os efetivos só poderão ter atribuídas  aulas livres, isso vai forçar os professores  a   trabalhar em duas ou até mais de duas escolas.
Os professores da escola de tempo integral e os coordenadores passam a ter a atribuição em período diferenciado, não sendo mais  no inicio do ano letivo, como a seleção envolve alguns critérios que possibilitam o retorno de alguns para a sala de aula de sua escola de origem ,vai ocorrer um efeito cascata ,prejudicando a carga suplementar do efetivo que pegou as aulas deste e dos professores das categorias” F “e “O” que também perdem as aulas atribuídas.
É do conhecimento de todos brasileiros que os governos estaduais necessitam se reorganizar para equilibrar as finanças mas o “enxugamento da máquina”com o único   objetivo de cortar gastos precisa ser revisto, pois da forma que esta ocorrendo  esta  prejudicando não apenas os profissionais da educação mas também os alunos, isso porque muitas escolas continuam denunciando o  fechamento de turnos e salas de aula por todo estado e superlotando classes  para reduzir os “custos” e comprometendo cada vez mais a qualidade do ensino da escola publica.
Apesar dos problemas enfrentados pelo país , estamos no estado mais rico e desenvolvido da nação e a situação da educação  pública  e dos profissionais da educação é no mínimo injustificada , inadmissível e uma vergonha !
O Estado de São Paulo ainda é a “locomotiva” que move a nação e mas infelizmente ainda tem uma educação de “carroça” se comparada as grandiosidade de muitos setores  tecnológicos e econômicos  presentes no estado. É inegável a importância da educação para garantir o progresso, e o crescimento de todos setores da sociedade e o  principal obstáculo para um salto  na qualidade de ensino deste estado e uma politica educacional equivocada que não investe em uma mão de obra qualificada, desvaloriza o profissional da educação e cada vez mais desmotiva os alunos a escolher tal carreira.
A educação publica de São Paulo urge por mudanças profundas , a escola publica “sangra” ferida pelo descaso  com seus profissionais , um “enxugamento da máquina” da forma que está ocorrendo só faz “sangrar” ainda mais  as feridas abertas aos longo de décadas de politicas educacionais ambíguas e nas duas últimas décadas a situação agravou-se ainda mais ,pois as politicas educacionais estão sendo definidas com   base nos instrumentos de avaliação que apresentam  resultados  contraditórios ,de eficiência duvidosa que  só servem para sustentar uma politica da meritocracia injusta tanto para as escolas como para alunos e  professores, impedindo ações efetivas que possibilitem a melhoria das condições de trabalho dos professores e contribua de fato para a qualidade de ensino.

É notório que a falta de uma educação de qualidade  é a principal causa do atraso estrutural do nosso pais e que se tivéssemos levado a educação e  a valorização do profissional da educação a sério poderíamos ser, mas não somos e estamos longe de ser , uma das nações mais desenvolvidas  do mundo.
Professora M Socorro

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