sábado, 9 de abril de 2011

ESCOLA BRASILEIRA CHORA

ESTE ARTIGO DO PRESIDENTE DO CPP É UM DESABAFO QUE TRADUZ O SENTIMENTO DE MUITOS BRASILEIROS.

LUTO NA ESCOLA. 
O BRASIL CHORA DE DOR E DE VERGONHA

Após o massacre na escola municipal Tasso da Silveira, no Rio, na quinta-feira (7), a presidente Dilma Rousseff decretou luto oficial por três dias pelos "brasileirinhos" mortos. 

E chorou.

O número de vítimas do atirador subia para 12, no final de um dia tão trágico. 

O que exatamente arrancou as lágrimas da maior mandatária do País?

Talvez, a fragilidade das crianças e dos professores que se expunham sem a menor segurança? 

Ou, então, pela prepotência e pela falta de sensibilidade de seus antecessores que jamais souberam - ou quiseram - investir na educação.

Por saber que além de cadernos, livros e mochilas, as escolas são depósito de drogas, de armas e que, há muito, se tornou o império do álcool e do bullying? 

Pelas famílias que por toda a vida chorarão uma perda irreparável? 

Pela impotência da população diante da violência banalizada?

Por que não há uma política educacional que garanta segurança à escola e uma carreira digna aos professores?

Pela dor profunda, pela vergonha coletiva que imperou no Brasil ao ver o terror naquela escola?

Todas são razões irrefutáveis, é certo. Por isso, a presidente chorou. Todos nós choramos, por dentro e por fora. 

Por que escola e morte, definitivamente, não combinam!

Doze "brasileirinhos" tiveram suas vidas tão precocemente ceifadas. Muitos, estão feridos. Foram alvejados em plena sala de aula por um homem, armado até os dentes, que não foi impedido de entrar e massacrar, qQue sabia que a escola pública não é um lugar seguro.

Uma mãe declarou que diariamente acompanhava a filha até a porta da escola para protegê-la. No entanto, a criança morreu dentro da sala de aula.

Se nada for feito, estes alunos mortos, não passarão de mais uma estatística fria. Uma lembrança, apenas uma saudade.

Mas quem sabe os milhões de estudantes do nosso país, encontrem na presidente Dilma muito mais do que emoção. Que a tragédia do Realengo possa mover a sua equipe a arregaçar as mangas e partir para a ação contra a violência escolar.

Quem sabe os "brasileirinhos" que hoje foram à escola pública tenham motivos para continuar a sonhar por um país melhor. Que acreditem que o governo Dilma faça a diferença. Quem sabe?

Ponto de vista de José Maria Cancelliero, professor e presidente do Centro do Professorado Paulista (CPP)
SECOM/CPP 

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