sábado, 2 de abril de 2011

MOVIMENTO DO MAGISTÉRIO PAULISTA INDIGNADO COM O "BÔNUS ESMOLA"

02/04/2011
Professores protestam contra o bônus pago pelo Estado
Lilian Grasiela
Lins – Um dia após o governo do Estado anunciar pagamento de R$ 340 milhões em bônus para professores e profissionais da Educação das escolas que tiveram bom desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo (Idesp), docentes da Escola Estadual (EE) Padre Eduardo Rebouças de Carvalho, localizada em Lins (102 quilômetros de Bauru), protestaram contra o sistema que serve de base para o cálculo dos valores.

Parte dos professores decidiram paralisar as atividades escolares ontem cobrando do Estado mudanças que garantam maior igualdade entre a classe.
 Em razão da classificação ruim da escola no Idesp do ano passado, alguns profissionais foram contemplados com bônus que não atingem nem o valor de R$ 1,00.

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Em carta aberta à população, redigida pela professora Marlei de Fátima Milani Tabian, os educadores se posicionam de maneira contrária ao sistema de bonificação por mérito instituído pela Secretaria de Estado da Educação, que leva em conta, além da nota do Idesp, a frequência dos professores em sala de aula no ano letivo.

“A luta diária dos professores desta unidade escolar objetivando ensino de melhor qualidade e trabalhando incansavelmente na formação adequada de nossos alunos não pode ser simplesmente avaliada por provas onde os critérios são obscuros e os resultados não são divulgados pela Secretaria da Educação de São Paulo”, critica a nota.

Segundo os professores, a categoria não pode ser punida por um modelo de educação que adota o sistema de progressão continuada.
 Eles denunciam o que chamam de “falha na aprendizagem” e afirmam que, da maneira como a educação está sendo tratada hoje, não há como oferecer ao aluno uma aprendizagem “real” que leve a sua formação intelectual e social.

Na carta, os docentes defendem ainda que o fato da escola não ter atingido os índices preestabelecidos não está relacionado à capacidade dos professores, mas sim à organização do sistema educacional, e propõem um novo modelo pedagógico que leve cada um dos alunos a se desenvolver e evoluir na sociedade como cidadão.

“Esclarecemos que todos os professores desta unidade escolar e com certeza das demais escolas tem suas vidas dedicadas à aprendizagem de vossos filhos”, afirmam. “Não podemos ser responsabilizados e punidos pela evasão e retenção dos alunos e indisciplina e falta de acompanhamento de alguns pais ou responsáveis que delegam à escola suas responsabilidades”.

A autora do manifesto ressalta que nem todos os professores aderiram à paralisação, mas que todos assinaram a carta aberta à população criticando o critério para o pagamento dos bônus. “Uma parcela dos professores não foi dar aula hoje (ontem). O diretor colocou falta normalmente e nós assumimos a falta”, conta.

“Nós discordamos da questão do bônus porque o sindicato nosso está lutando por melhores salários. Numa mesma escola, o ensino médio atinge o índice (do Idesp) e o fundamental não e uma parcela dos professores recebe e outra não? A gente não concorda com os critérios”.
FONTE: http://www.jcnet.com.br/detalhe_regional.php?codigo=204471

Um comentário:

  1. ...PARABÉNS COLEGAS DE LINS!!! Precisamos dessa lucidez em cada escola do nosso Estado

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