segunda-feira, 11 de abril de 2016

RJ tem 14 escolas ocupadas, diz secretaria de educação

Chico Anysio, no Andaraí, é a mais recente ocupação dos alunos.
Colégio foi tomado na sexta-feira; os estudantes pedem melhorias.

Do G1 Rio

A Escola Chico Anysio é o 14º colégio ocupado na Região Metropolitana do Rio, informou a Secretaria de Estado de Educação neste sábado (9). O espaço foi tomada por alunos nesta sexta-feira (8) e houve confusão na porta durante protesto.
Segundo a PM, Policiais do 6º BPM coibiram a entrada no local de pessoas estranhas que se aglomeraram na porta, impedindo a saída dos alunos e congestionando o trânsito na Rua Amaral. Ainde de acordo com a polícia, "houve uma tentativa de agressão por parte de manifestantes (não alunos) ao diretor e a quatro professores", gerando um boletim de ocorrência da PM. 
Na quinta-feira (7), outras duas haviam sido tomadas por estudantes: C.E. Doutor Francisco de Paula Paranhos, em Niterói, e Instituto de Educação Professor Ismael Coutinho, em Iguaba Grande, na Região dos Lagos.
De acordo com informações da GloboNews, já são 18 colégios em todo o estado ocupados por alunos. Entre as reivindicações, os estudantes pedem melhorias no ensino e defendem a greve dos professores, que completou 34 dias nesta terça. Na quarta, servidores fizeram umamanifestação em frente ao Palácio Guanabara.
Em uma das escolas, a Visconde de Cairu, no Méier, Subúrbio da cidade, os cerca de três mil estudantes pedem reformas nos espaços pedagógicos da escola, novos aparelhos de ar-condicionado nas salas e que nenhuma turma tenha mais de 35 alunos. Hoje, segundo os estudantes, algumas classes têm mais de 60 alunos.  
Alunos fizeram cartaz em ocupação de escola (Foto: Reprodução / GloboNews)
Alunos fizeram cartaz em ocupação de escola
(Foto: Reprodução / GloboNews)
Outra reivindicação é a segurança. De acordo com os estudantes, profissionais de segurança da unidade de ensino foram demitidos e, assim, a escola fica desprotegida. Por isso, eles pedem que sejam contratados mais funcionários.
Embora estejam ocupadas, os alunos dizem que seguem tendo aulas nas escolas. Os professores estão trabalhando e quem irá fazer o vestibular não será prejudicado, segundo dizem.
Em nota, a secretaria afirmou que as turmas da unidade têm no máximo 40 alunos, e que o quantitativo de alunos por turma "está previsto em legislação para atendimento de regiões com grande densidade demográfica, como é o caso daquela localidade".
Nno entanto, a Seeduc ressaltou que "trabalha para ampliar a oferta de vagas no Ensino Médio no horário diurno, no qual a situação foi relatada" e acrescentou ainda que - com relação à climatização - "todas as salas da unidade contam com aparelhos de ar-condicionado".
A respeito das obras no colégio, a secretaria afirmou que "há licitações da Empresa de Obras Públicas (Emop) em andamento para a realização das intervenções em escolas".
E em relação ao serviço de portaria, a Seeduc declarou que "a empresa que prestava esse serviço não quis renovar o contrato, interrompendo-o unilateralmente. A empresa queria uma mudança no índice de reajuste contratual, o que seria ilegal. Como esse procedimento não foi aprovado, ela optou pelo rompimento do contrato".
A secretaria esclareceu ainda que para o controle do acesso de entrada e saída de alunos, "as Diretorias Regionais, junto aos diretores das escolas, elaboram um planejamento específico. Profissionais que já atuam nas unidades serão remanejados para essa função, até que uma nova licitação aconteça".
'Fugiu ao controle da Seeduc', diz secretário
Segundo a secretaria, os casos específicos de cada unidade escolar serão analisados após a desocupação.

Em nota enviada neste sábado (9), o secretário de Estado de Educação, Antonio Neto, afirmou que a situação "fugiu ao controle da Seeduc". "Não há mais o que fazer. Não sabemos, sequer, com quem negociar. Tenho certeza de que colegas professores e alunos não agem como agiram os invasores, ofendendo e agredindo colegas de trabalho."
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Escola ocupada por alunos da rede estadual de educação (Foto: Agência Brasil)Escola ocupada por alunos da rede estadual de educação (Foto: Agência Brasil)Leia toda a matéria clicando em mais informações 
A Secretaria de Estado de Educação esclarece que o secretário de Estado de Educação, Antonio Vieira Neto, já recebeu alunos representantes de colégios ocupados e do Sindicato, com o objetivo de ouvir as reivindicações. Algumas medidas foram acordadas (veja a íntegra da nota abaixo).
A secretaria diz não vêr nos "líderes do movimento" a intenção em desocupar as unidades> Segundo a secretaria, "há envolvidos que sequer fazem parte da comunidade escolar". "Diante da intransigência, a Seeduc apela aos pais para que conversem com seus filhos, uma vez que são os estudantes sem aulas os mais prejudicados", diz o texto.
Veja lista de colégios ocupados:
Prefeito Mendes de Moraes (2.300 alunos)
Gomes Freire de Andrade (1.600 alunos)
Heitor Lira (850 alunos)
Visconde de Cairu (2.300 alunos)
Euclydes Paulo da Silva (490)
Dr. João Nery (350 alunos)
Matias Neto (1.700 alunos)
Clóvis Monteiro (1.700 alunos)
Irineu Marinho (560 alunos)
Stuart Edgar Angel Jones (1380 alunos)
Instituto de Educação Professor Ismael Coutinho – IEPIC (cerca de 1.000 alunos)
Doutor Francisco de Paula Paranhos (820 alunos)
Compositor Luiz Carlos da Vila (1.117 alunos)
Escola Chico Anysio (240 alunos)

Nota da Seeduc:
"A Secretaria de Estado de Educação esclarece que o secretário de Estado de Educação, Antonio Vieira Neto, já recebeu alunos representantes de colégios ocupados e do Sindicato, com o objetivo de ouvir as reivindicações.

Entre os assuntos tratados com os estudantes, ficou estabelecido que, após a suspensão do movimento e liberação dos espaços, serão tomadas as seguintes medidas:

- Visando a maior participação estudantil nas decisões escolares, a Seeduc se comprometeu a conversar com  a direção das duas unidades escolares para que organizem o grêmio estudantil e fortaleçam os conselhos escolares.

- Quanto à infraestrutura, será encaminhada uma equipe para as correções que se fizerem necessárias.

- Tão logo as aulas sejam retomadas, o secretário fará uma visita às unidades.

- Em relação ao currículo, a Seeduc esclareceu que há uma discussão nacional em andamento sobre o tema, que prevê a elaboração de uma Base Nacional Comum Curricular. Os alunos também receberam informações sobre a importância da realização do  Saerj, que é a avaliação anual realizada nas escolas estaduais, para a melhoria do ensino público.

- Com referência à convocação de professores concursados, a Secretaria informou que, desde 2007, foram chamados 71 mil novos docentes, sendo 2.500 em 2015, e 465 neste ano.

Os casos específicos de cada unidade escolar serão analisados após a desocupação.

A Secretaria, no entanto, não vê nos líderes do movimento intenção em desocupar as unidades, pois há envolvidos que sequer fazem parte da comunidade escolar. Diante da intransigência, a Seeduc apela aos pais para que conversem com seus filhos, uma vez que são os estudantes sem aulas os mais prejudicados."

Fonte http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2016/04/rj-tem-14-escolas-ocupadas-diz-secretaria-de-educacao.html

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