quarta-feira, 15 de março de 2017

BÔNUS PARA PROFESSORES:VALE A PENA LER DE NOVO...


Publiquei este artigo em 2012 e por incrível que pareça quase nada  mudou na educação paulista. A  filosofia da campanha do polêmico ilustre  deputado Federal Tiririca de que"pior que tá não fica", não se aplica na situação dos profissionais da educação no Estado de São Paulo.

O ano de 2017 iniciou com a implementação da politica de reorganização" por baixo dos panos" em seguidos decretos e normas publicadas nos últimos meses que piora ainda mais o caos da educação paulista nas últimas décadas.

Infelizmente, quando se trata de politica educacional no estado de São Paulo a situação  pode ficar pior ! 
OS PERSONAGENS MUDARAM...SAIU SECRETARIO...ENTROU SECRETARIO...MUDOU EQUIPE DE APOIO E DIRETOR DE DRAMATURGIA ... MAS A NOVELA  DA EDUCAÇÃO CONTINUA  A MESMA...ENFADONHA...SEM GRAÇA...MEXICANA !


Bizarrices do bônus para professores

Políticas públicas de educação
Dito e feito.
Chegou o bônus e a mídia faz propaganda do tipo carnê do baú.
Uma senhora ganhou uma casa,
professores ganham até 12 mil de bônus.
Os critérios continuam transparentes como a água do Tietê.
Segundo a APEOESP, já há vários recursos em andamento.
O "bom professor" da "escola ruim" se deu mal. Tudo Isto já sabemos.
Mas a coisa ficou ainda mais bizarra.
Segundo o Estadão (?25/03/2009?) 72% dos servidores receberão bônus.
 Isto é muito estranho. 
Afinal, a própria secretaria vem batendo na tecla de que grande parte dos professores de São Paulo não está preparada para o oficio.
 Lembra do "professor nota zero"? 
Será que ele ganhou bônus?
A própria idéia do bônus vem como uma resposta à "baixa qualidade" dos docentes paulistas. 
E agora vem essa.
É bônus pra todo mundo! 
Mas tinha tanto dinheiro?
Que critérios levaram a secretaria a esta decisão? 
Não faço idéia, mas não posso deixar de notar uma situação semelhante. 
Sabe aquela prova ruim que você, professor, aplicou no início de sua carreira docente? 
Aquela prova mal formulada, fruto de certa inexperiência, que no final te obrigou a passar todo mundo para não ouvir reclamações? 
Pois é, vejo alguma semelhança entre as duas situações. 
Cada um faça seu julgamento.
Como se não bastasse, ainda há a pérola, que deixei por último.
Bizarrices do bônus. 
Segundo a Agência Estado (Estadão 27/3/2009), a equipe da Secretaria de Educação também vai receber bônus!
 Por quê? 
Ora, porque, segundo seus próprios critérios, seu trabalho foi bem feito.
A secretária Maria Helena, por exemplo, "teria direito" a 17 mil reais - dos quais "abriu mão". 
Direitos?
Abriu mão?
Que medo! 
Pensei que esta bizarrice da democracia fosse monopólio do legislativo.
"Os cerca de 5.700 funcionários do órgão receberão o bônus, mesmo não estando ligados diretamente a nenhuma escola" diz a reportagem. 
Nessas horas eu queria ter acesso ao orçamento (detalhado) da secretaria de educação (e do governo, evidentemente). 
O que estão fazendo com o nosso dinheiro? Ainda segundo o texto:
"Como são funcionários que trabalham para toda a rede, receberão de acordo com o avanço de toda a rede", afirma nota da secretaria. 
Para Marcelo Ferrari, diretor de desenvolvimento de negócios da Mercer, consultoria especializada em planejamento de benefícios, a lógica faz sentido no setor privado."
Tudo isto nos leva a perguntas mais gerais.
Que tipo de meritocracia queremos? 
Como aplicá-la nos órgãos estaduais? 
Como mesclar a lógica privada e a pública de maneira inteligente e eficaz - em termos econômicos mas, principalmente, humanos?
Será que o bônus deveria ser algo assim tão importante para os professores? 
Não há outras formas mais interessantes de recompensa?
O que falta para os professores é estímulo? 
Não será esta uma "psicologização" excessiva da questão?
Como melhorar as condições de ensino de todos os professores?
São perguntas que, para mim, deveriam estar em primeiro plano nas conversas sobre educação, no lugar de frases como "professor nota zero vai dar aulas" ou "bônus chega a 12 mil reais".

Crédito devidamente colocado.
AUTOR Rodrigo Travitzki 

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