Ano letivo
que se inicia...atribuição...a educação fatiada em categorias...falta de
funcionários... verba menores a cada ano, salários vergonhosos, muitos desafios
de infraestrutura,exclusão , violência e o retorno da “ novela mexicana” do
Bônus “.
A SEE divulgou novamente os dados do IDESP e com
a maestria dos mágicos, destaca apenas aquilo que é interessante para o público
ver.
Este blog surgiu na edição da Lei complementar nº 1078 que implementou as regras da bonificação,por isso uma
breve retrospectiva dos capítulos anteriores desta “saga mexicana que não tem
fim” é importante para entender o processo:
A política
de meritocracia popularizou-se nos sistemas educacionais do mundo e chegou com
força no Brasil no início deste século, desde o ano de 2000, o Estado de São Paulo
adotou a política da meritocracia popularmente chamada de “Bônus” baseada em uma
avaliação que já era realizada pela própria SEE/SP conhecida como SARESP -Sistema de Avaliação do Rendimento
Escolar do Estado de São Paulo aplicada desde 1996.
A cada
ano as regras para o recebimento do bônus sofreu alterações importantes, na
realidade no inicio era um enigma a ser desvendado gerando varios processos trabalhistas.
Em 2008 foi sancionada a “lei de bônus” (lei complementar nº 1078),
que foi implementada pela criação do IDESP Índice de Desenvolvimento da Educação do
Estado de São Paulo, estabelecendo metas a serem cumpridas pelas escolas.
A
função do IDESP é atuar como um indicador de qualidade
tanto nas séries iniciais (1° ao 5º ano) como também nas séries finais (6° às
9º séries) do Ensino Fundamental e no do Ensino Médio.
O
IDESP utiliza o SARESP para avaliar e quantificar a aprendizagem e o fluxo
escolar para quantificar o tempo utilizado para se dar esta aprendizagem.
A lei complementar nº 1078 instituiu no Estado o
pagamento de bonificações a escolas de acordo com resultados adquiridos alegando que o IDESP considera cada escola de forma individual,
respeitando as diferenças sociais de de infraestrutura, o que não ocorre na prática,conforme inúmeras denuncias das entidades de classe.
É importante salientar que a maior distorção do
sistema de meritocracia na educação começa pela definição da palavra, pois “meritocracia”
define-se como a escolha ou promoção de alguém conforme seus méritos e
competências e na realidade a competência do professor nesta situação
independe de sua ação individual, pois a aprendizagem sofre a atuação de vários
atores e circunstancias que fogem do controle do professor.
Ao longo dos anos
destacamos neste blog opiniões e denúncias de professores e entidades que representam
a categoria sobre a política de responsabilização exclusiva do fracasso da educação publica que recai nos ombros do professor,tal politica educacional equivocada desvaloriza a carreira docente e desgasta a auto estima pessoal e profissional do indivíduo,levando a altos índices de desistência da profissão e o desenvolvimento de inúmeras doenças profissionais afastando-o provisoriamente ou definitivamente da sala de aula.
É importante lembrar que a culpa das falhas nunca recai na elite da gestão que
tem o poder para implementar mudanças, o problema sempre sobra para a equipe da
escola e principalmente para o professor que sofre verdadeiro “assédio moral” nas
escolas que não alcançaram o famigerado índice imposto pelo IDESP, neste momento
desigualdade entre escolas como infraestrutura e vulnerabilidade social são
desconsideradas.
Concluindo: “Meritocracia” ao longo dos anos
vem corroendo os parcos salários dos funcionários da educação e ofusca a real
necessidade de uma política salarial, éna realidade um "engodo" que é aplicado ano após ano na roupagem de politica educacional.
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