sábado, 27 de janeiro de 2018

Novela do Bônus...de novo não !

Ano letivo que se inicia...atribuição...a educação fatiada em categorias...falta de funcionários... verba menores a cada ano, salários vergonhosos, muitos desafios de infraestrutura,exclusão , violência e o retorno da “ novela mexicana” do Bônus “.


A SEE divulgou novamente os dados do IDESP  e com a maestria dos mágicos, destaca apenas aquilo que é interessante para o público ver.

Este blog surgiu na edição da Lei complementar nº 1078 que implementou as regras da bonificação,por isso uma breve retrospectiva dos capítulos anteriores desta “saga mexicana que não tem fim” é importante para entender o processo:

A política de meritocracia popularizou-se nos sistemas educacionais do mundo e chegou com força no Brasil no início deste século, desde o ano de 2000, o Estado de São Paulo adotou a política da meritocracia popularmente chamada de “Bônus” baseada em uma avaliação que já era realizada pela própria SEE/SP conhecida como SARESP -Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo aplicada desde 1996.

A cada ano as regras para o recebimento do bônus sofreu alterações importantes, na realidade no inicio era um enigma a ser desvendado gerando varios processos trabalhistas. 

Em 2008 foi sancionada a “lei de bônus” (lei complementar nº 1078), que foi implementada pela criação do IDESP Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo, estabelecendo metas a serem cumpridas pelas escolas. 

A função do   IDESP é atuar como um indicador de qualidade tanto nas séries iniciais (1° ao 5º ano) como também nas séries finais (6° às 9º séries) do Ensino Fundamental e no do Ensino Médio.

O IDESP utiliza o SARESP para avaliar e quantificar a aprendizagem e o fluxo escolar para quantificar o tempo utilizado para se dar esta aprendizagem. 

A lei complementar nº 1078  instituiu no Estado o pagamento de bonificações a escolas de acordo com resultados adquiridos alegando que o IDESP considera cada escola de forma individual, respeitando as diferenças sociais de de infraestrutura, o que não  ocorre na prática,conforme inúmeras denuncias das entidades de classe.

É importante salientar que a maior distorção do sistema de meritocracia na educação começa pela definição da palavra, pois “meritocracia” define-se como a escolha ou promoção de alguém conforme seus méritos e competências e na realidade a competência do professor nesta situação independe de sua ação individual, pois a aprendizagem sofre a atuação de vários atores e circunstancias que fogem do controle do professor.

Ao longo dos anos destacamos neste blog opiniões e denúncias de professores e entidades que representam a categoria sobre a política de responsabilização exclusiva do  fracasso da educação publica que recai nos ombros do professor,tal politica educacional equivocada desvaloriza a carreira docente e desgasta a auto estima pessoal e profissional do indivíduo,levando a altos índices de desistência da profissão e o desenvolvimento de inúmeras doenças profissionais afastando-o provisoriamente ou definitivamente da sala de aula. 

É importante lembrar que a culpa das falhas nunca recai na elite da gestão que tem o poder para implementar mudanças, o problema sempre sobra para a equipe da escola e principalmente para o professor que sofre verdadeiro “assédio moral” nas escolas que não alcançaram o famigerado índice imposto pelo IDESP, neste momento desigualdade entre escolas como infraestrutura e vulnerabilidade social são desconsideradas.



Concluindo: “Meritocracia” ao longo dos anos vem corroendo os parcos salários dos funcionários da educação e ofusca a real necessidade de uma política salarial, éna realidade  um "engodo" que é aplicado ano após ano na roupagem de politica educacional.

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