sexta-feira, 15 de março de 2019

As escolas não têm mecanismo de segurança

"A segurança nas escolas está sob a responsabilidade dos trabalhadores que estão lá. Todos estão expostos e a qualquer momento pode ocorrer o que aconteceu em Suzano. As escolas não têm mecanismo de segurança", afirmou.
professor Gilmar Ribeiro  APEOESP



Depois de massacre, Estado anuncia revisão da segurança em escolas

Governo de São Paulo anunciou que irá reforçar e rever procedimentos de segurança em todas as 5,3 mil escolas estaduais (326 delas no Vale), com prioridade para as unidades mais vulneráveis, que já tenham sido roubadas
Xandu Alves@xandualves10 | @xandualves10
A Secretaria de Estado da Educação vai revisar o procedimento de segurança de todas as 5,3 mil escolas estaduais de São Paulo --326 delas no Vale do Paraíba com cerca de 170 mil alunos.
O anúncio foi feito um dia após a chacina na escola estadual Raul Brasil, em Suzano, na qual dois ex-alunos, de 17 e 25 anos, invadiram armados e mataram cinco alunos e duas funcionárias. Os atiradores se suicidaram.
O secretário estadual de Educação, Rossieli Soares, disse que a estrutura das escolas e a segurança serão reforçadas e os procedimentos de segurança, revisados. Haverá um estudo para reforçar escolas mais vulneráveis.
"Temos situações distintas. A segurança no dia a dia é um tipo de atendimento necessário e estamos trabalhando com a Polícia Militar, desde janeiro, para criar condições de melhorias para escolas que foram roubadas ou com professores ameaçados".
"Outra é reforçar as estruturas e revisar os procedimentos. Vamos olhar todos os nossos procedimentos".
No entanto, Soares disse que obras e segurança não serão suficientes. Ele quer atuar na prevenção.
"Não basta pensar só no físico, mas encontrar a forma de fazer diagnóstico e acompanhar esses meninos e meninas que precisam. Não podemos perder esse jovem e temos que aprender com essa tragédia", afirmou o secretário.
LIÇÕES.
O general João Camilo Pires de Campos, secretário da Segurança Pública, disse que vai usar "as lições aprendidas para melhorar processos".
"A ideia é intensificar procedimentos e processos para a segurança das pessoas. Proteger patrimônios, sonhos e esperança. A PM e a Secretaria de Educação, além da de Justiça e Desenvolvimento Social, trabalharão juntas para corrigir e não termos mais tragédias como essa".
Apeoesp cobra "segurança e política contra a violência" nas escolas do Vale
A Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) cobrou reforço na segurança das escolas estaduais da RMVale e a adoção de uma política de prevenção à violência.
Diretor estadual do órgão no Vale, o professor Gilmar Ribeiro disse que o governo não tem a mesma preocupação com a segurança das escolas como tem com unidades de saúde.
"A segurança nas escolas está sob a responsabilidade dos trabalhadores que estão lá. Todos estão expostos e a qualquer momento pode ocorrer o que aconteceu em Suzano. As escolas não têm mecanismo de segurança", afirmou.
Segundo ele, há unidades com defasagem de até 40% no quadro de funcionários, o que prejudica a segurança. "Isso facilita a entrada de pessoas sem controle nenhum", disse.

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