sábado, 23 de março de 2013

PROFESSOR: UMA PROFISSÃO ESMAGADA PELA POLITICA EDUCACIONAL DO BRASIL


Os últimos índices que avaliam a qualidade da educação brasileira  nacionais e internacionais,  apontam que temos muitos problemas que afetam a educação em todo país e isso é comprovado pelo mais novo projeto batizado como “pacto Nacional pela Educação”, cujo “carro chefe” é corrigir a distorção  idade/alfabetização.
O ensino básico passa por um turbilhão de dificuldades que assim como a questão da alfabetização na idade certa também devem ser focadas,  a continuidade de uma educação de qualidade  nas etapas seguintes é muito importante, caso contrário estaremos formando um verdadeiro exercito de “alfabéticos funcionais”.
Também é necessário lembrar aqui , que uma educação de qualidade precisa resolver o problema dos inúmeros  adolescentes fora da sala de aula, a situação  da  defasagem de aprendizagem, urge atentar com especial atenção para  os altos índices de reprovação e evasão, e principalmente  a questão da situação  do professor como profissional ,pois a qualidade  só pode ser realamente garantida neste ponto , até porque  por si só  já seria capaz de resolver  a maioria dos outros problemas já citados.
A  profissão de professor está em baixa devido aos salários baixos; falta de valorização social; e a rotina desgastante. 
O tratamento do poder público e  a politicas educacionais equivocadas profere que no futuro muito próximo teremos menos professores, isso nos leva a pensar que preciso uma especial atenção nas condições de trabalho dos professores. Segundo Jô Soares “O material escolar mais barato que existe na praça é o professor! “

A situação da educação é alarmante e as manchetes dos jornais sobre falta de professores nas escolas publicas , principalmente das periferias confirmam a tese do "apartheid educacional" que existe no país e que  mantém  vigorosa a desigualdade de educação e oportunidades entre pobres e ricos.
Salários baixos, violência na escola e falta de plano de carreira afasta os jovens da profissão e incentiva a saída dos poucos que optaram por esta profissão.
Sem professor não existe educação! É necessário e urgente  tornar a carreira do magistério mais atraente.
A primeira medida é sem dúvida alguma  igualar o salário inicial e final dos professores ao salário de outras carreiras, isso pode ser  feito sem aumentar as“verdadeiras fortunas” nas verbas destinadas à educação que os estados e municípios alegam ,com essa medida estes deixariam de investir em projetos “tampões” e medidas paliativas  que somente “envernizam”  problema da educação e nunca resolvem.
A segunda medida capaz de  impulsionar o magistério nacional é a  implantação de um plano sério e coerente de carreira ,pois através deste  com certeza  os melhores têm melhores salários e maior responsabilidade com a qualidade da educação. 
É importante lembrar que existem algumas distorções que devem ser corrigidas imediatamente, uma delas é a diferença salarial entre professores do ensino fundamental I e professores do ensino fundamental  II, sendo que de acordo com a  legislação atual ambos devem ter curso superior, o que não ocorria antes, pois o ensino básico só exigia o magistério.
Outra distorção da educação nacional é a proliferação de cursos de graduação “meia boca” de péssima qualidade. Professores mal formados geram alunos mal formados.
Concluindo esta reflexão é importante afirmar que a qualidade da educação passa pelo crivo da formação adequada e da valorização do professor.
Professora Maria do Socorro Souza da Silva


Veja a situação dos professores em São Paulo e dos alunos do Rio Grande do Norte




CATEGORIA O - CONDENADA A NÃO DAR AULAS ESPERANDO MIGALHAS E RESTOS


Sou uma funcionária pública. Exerço a função como professora do ensino fundamental e infantil. Faço parte deste grupo desde 1997. 



Admitida pela lei 500/74, como eu,  mais de 50% dos professores do estado de São Paulo são OFA categoria F.

  Com a liminar de 6/2007,  muitos profissionais foram prejudicados,assim como eu,passando todos para uma categoria (O) de otário - desculpe o termo - mas é assim que estamos nos sentindo.

Nos foi colocado que até mesmo nossa aposentadoria está em risco. 

Então os meus 18 anos no estado vão para o lixo?

Lembro-me muito bem quando o governo exigiu que todos os profissionais  fizessem o curso superior ou  pedagogia.

Eu já tinha, mas para ter minha evolução funcional fiz uma pós-graduação em educação especial. Foi muito difícil pagar mais graças a Deus consegui. 

E me tiraram esse direito também.

Uma situação muito injusta conosco... Falta de respeito humano, para quem trabalha a vida toda, e não recebe nada no final.

Sugestão: Porque não voltar como antes, retomando os professores que foram admitidos pela lei 500/74 à sua categoria antiga? 

Assim foram todas condenadas a não dar aula, esperando somente migalhas ou resto que sobrarem...



Opinião assinada pela professora Marlene Barbosa de A. Reis no portal do CPP

São Bernardo do Campo  SP


SECOM / CPP


21/03/2013 - 03h20

Rio Grande do Norte 

faz 'rodízio' de aluno por 

falta de professor

DANILO SÁ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM NATAL




Com um número insuficiente de professores, a rede estadual de ensino do Rio Grande do Norte decidiu adotar um "rodízio" de alunos.
Ao longo da semana, em geral, os alunos têm passado três dias em sala de aula e os outros dois em casa. O "rodízio" atinge principalmente adolescentes dos últimos anos do ensino fundamental.
O sindicato potiguar dos professores estima em cerca de 20% os estudantes do Estado atingidos pela medida. A rede tem cerca de 280 mil alunos -destes, 56 mil no rodízio, segundo o sindicato.
Nesta semana a Folha visitou algumas dessas escolas.
Uma delas é a Escola Estadual Aldo Fernandes de Melo. Ela tem cerca de 1.200 alunos, biblioteca, laboratório de informática e salas de aulas em boas condições. No entanto, faltam professores de diferentes disciplinas, e cada turma só frequenta a escola três vezes por semana.
"Cada turma fica pelo menos dois dias em casa", disse a diretora, Marluce da Silva. "Estamos sendo obrigados a escolher quais turmas terão as disciplinas", completou.
Editoria de Arte/Folhapress
A própria diretora lembra que a medida vai contra a LDB (Lei de Diretrizes e Bases), que determina o cumprimento de, no mínimo, 200 dias letivos ao ano.
Se um aluno passar todo o ano letivo nesse regime, terá tido apenas 120 dias de aula.
Segundo o governo de Rosalba Ciarlini (DEM), já foram convocados mil professores e outros 500 aprovados em concurso serão chamados nos próximos dias para tentar resolver o problema.
Na periferia de Natal, um dos alunos em "rodízio" é André Mateus Silva, 14, do sétimo ano. "Na hora que deveríamos estar aprendendo na escola estamos em casa."
Joyce Lohane da Silva, 13, e colega de sala de aula de André, afirma que a turma está se preparando para disputar uma vaga no IFRN (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte). "Como estamos sendo prejudicados, não estamos preparados [para o concurso]", disse a estudante, que sonha se formar em medicina.

INTERIOR

Segundo o Sinte-RN (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do RN), o deficit de profissionais não se restringe apenas a Natal. No interior, a situação é parecida.
De acordo com números do último Ideb (Instituto de Desenvolvimento da Educação Básica), de 2011, o Rio Grande do Norte tem um dos piores desempenhos no ensino fundamental do país.
Nos anos iniciais, o Estado fica à frente apenas de Alagoas, que aparece como último colocado no país. Nos anos finais, ele fica à frente de Alagoas e empatado com Bahia, Paraíba e Sergipe.
Com 2,9 no Ideb, a rede estadual não cumpriu a meta para o 9º ano e ficou abaixo da média nacional, de 3,9.

OUTRO LADO

A Secretaria Estadual da Educação do Rio Grande do Norte informou que foram convocados mais de mil professores para suprir a demanda. O órgão diz que outros 500 docentes concursados serão chamados nos próximos dias para compor o quadro da rede pública de ensino.
A secretária estadual, Betânia Ramalho, diz que o deficit deste ano foi causado por vários fatores, como aumento no número de aposentadorias e de matrículas --cerca de 30 mil delas só em Natal.
Para Ramalho, muitos dos professores aprovados em concurso não atenderam as primeiras três convocações, o que acabou diminuindo a quantidade de efetivos.
A expectativa é que, com a quarta chamada, os novos professores já estejam nas salas de aula em até 30 dias. Até lá, o governo potiguar pretende suprir horários vagos com "aulões" aos sábados e com a contratação de educadores para atuar em horário complementar durante a semana.
Esses "aulões" devem ser aplicados para repor o conteúdo perdido. Ainda não há previsão, porém, de quando os primeiros devem ocorrer.
No interior do Estado, o governo diz que o problema ocorre devido à falta de professores em matérias específicas, o que será resolvido com hora extra de docentes.

fonte:http://www1.folha.uol.com.br/educacao/1249789-rio-grande-do-norte-faz-rodizio-de-aluno-por-falta-de-professor.shtml

Um comentário:

  1. Cara colega, diante de tudo o que ouvimos só nos resta saber que o professor não é cidadão, não tem direitos,está sempre errado e nunca tem razão. Sou professora à quase quinze anos no Estado de São Paulo, porém tenho somente 6 anos como efetiva. Já atravessei muitas mudanças durante minha experiência docente. Mudanças que, na maioria das vezes, nunca a favor do professor, e sim, do sistema, que é velho, falho, ditador e corrupto principalmente.Nos últimos anos com a política de bonificação por resultados, estamos sendo cada vez mais ultrajados, passados para tras. A impressão que tenho é que nossos governantes nos tratam como verdadeiros "idiotas", que ao pé da letra significa : que ou quem é pouco inteligente; ignorante; imbecil; ou que sofremos de "idiotia" : a mais grave das formas de retardamento mental, quando nos propõem acordos tais como nosso tanto esperado "bônus por merecimento, gratificação, resultados" seja qual for a justificativa para tamanha decepção. Na realidade, estamos sendo privados dos nossos direitos de trabalhadores, de termos nossos ajustes salariais, determinados pelos orgãos "competentes?????" deste país como quaisquer outros trabalhadores. Se todo o alvoroço que é causado pela propaganda enganosa do bônus, fosse substituída pura e simplesmente, por um salário justo e decente muitas coisas mudariam. Professores satisfeitos com seus salários decentes, poderiam dedicar-se muito mais, faltariam menos, pois não teriam que ter mais de um emprego para garantir o sustento,ficariam menos doentes, pois não teriam que se desgastar tanto, enfim, seriam mais felizes e pessoas felizes trabalham mais e melhor. Mas ao invés disto somos trapaceados com critérios de valorização que por mais contas que façamos, não conseguimos chegar à um resultado comum. Entende-se que aqueles que conquistaram o bônus é porque foram merecedores. À vocês, então, Parabéns. Àqueles que não conseguiram, como eu, nos resta apenas a indignação.

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