quarta-feira, 6 de abril de 2016

Carlos Pronzato lança documentário sobre ocupação de escolas em São Paulo


Autor de diversos filmes sobre lutas populares, Carlos Pronzato lança documentário sobre ocupação de escolas em São Paulo
22/03/2016
Por Victor Ohana,
Do Rio de Janeiro (RJ)

  
Mobilização de estudantes em São Paulo vira documentário | Foto: EBC  
A ocupação das escolas públicas neste ano em São Paulo virou documentário. Inspirado na revolta dos estudantes secundaristas chilenos em maio de 2006, o documentarista argentino Carlos Pronzato, de 56 anos, deu o nome do filme de “Acabou o amor! Isto aqui vai virar o Chile! – Escolas Ocupadas em São Paulo”. No longa-metragem de uma hora, Pronzato entrevista alunos, pais, professores e demais pessoas que, de alguma forma, fizeram parte da mobilização. 
O filme retrata a ocupação por meio das mobilizações que ocorreram principalmente em duas escolas: na Escola Estadual Fernão Dias Paes, no bairro de Pinheiros, na capital paulista, e na Escola Estadual Diadema, no interior do Estado. Basicamente, o longa-metragem explora as motivações dos estudantes para realizarem os protestos: falta de estrutura e precarização nas escolas públicas, desvalorização do trabalho do professor e a ameaça do governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) de fechar 94 colégios para “reorganizar” o sistema de educação. Além disso, Pronzato estabelece no documentário uma relação entre a ocupação das escolas em São Paulo e as manifestações que ocorreram em junho de 2013.
Segundo Pronzato, a ideia de filmar o documentário surgiu a partir de quando ele soube que, nas ocupações, os estudantes exibiam um filme de sua autoria, “A Rebelião dos Pinguins” (2007). Trata-se de um registro da luta do movimento estudantil no Chile, que ocupou escolas exigindo não só melhorias na educação, mas também mudanças estruturais no país. 
Pedra na engrenagem
Autor de filmes que abordam lutas populares, como “Dandara – Enquanto morar for um privilégio, ocupar é um direito” (2013) e “MSTB – 10 anos de lutas e resistência” (2014), Pronzato conta que deseja passar esperança para o público. “Quero mostrar que a luta é possível, que há como avançar em pautas fundamentalmente propositivas, com ações concretas”, conta o documentarista. 
Para ele, a ocupação foi essencial para que os estudantes pudessem refletir sobre o papel da escola. “O Estado se propõe a criar uma engrenagem para o mercado capitalista. Os estudantes fizeram o contrário: foram a pedra na engrenagem. Tentaram parar esse processo para criar outro, que a gente não sabe ainda qual é, mas já se trata de uma mobilização importante”, acrescenta. 
Pronzato diz ainda que o que mais chamou atenção foi o apoio dos pais dos alunos na mobilização. “Isso foi um fato surpreendente”, conta. A colaboração popular, inclusive, deu forças para que a mobilização conquistasse a suspensão do projeto de “reorganização”, evitando assim o fechamento das dezenas de escolas que estavam no alvo de Alckmin. 
Acesso
Os documentários de Pronzato estão disponíveis no site de busca de vídeos Youtube. O catálogo do documentarista pode ser conferido no endereço www.lamestizaaudiovisual.blogspot.com
https://www.youtube.com/watch?v=LK9Ri2prfNw
 http://www.brasildefato.com.br/node/34503

Nenhum comentário:

Postar um comentário