quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Ninguém está contente com a escola !

"Ninguém está contente com a escola, todo mundo sonha com uma escola melhor, uma escola que realmente cumpra o seu papel que é de dar instrução a todos."




Frase do livro A vida na escola e a escola na vida.
Li o livro "A vida na escola e a escola na vida"na década de 80,já se passaram mais de 3 décadas e sua  leitura continua cada vez mais  atual ,refletindo a realidade do sistema educacional brasileiro. 
Apesar dos avanços na constituinte de 1988 que reafirma ser  a educação é um direito e um dever de todos e as " portas fisicas" das escolas estarem escancaradas para atender o povo a realidade nos revela que as "portas da educação" ainda  estão fechadas para muitos,isso porque a  escola não está cumprindo o seu dever de dar uma educação de qualidade e formar cidadão capazes de exercer sua cidadania, pelo contrário, ela continua  produzindo "alfabéticos funcionais ".
A politica educacional brasileira ,particularmente a "progressão continuada"como seu nome já diz, continua favorecendo a escola da desigualdade e convencendo a sociedade que aqueles que fracassam na escola são os verdadeiros culpados pelo fracasso,reforçando a ideologia da inferioridade e criando verdadeiros exércitos de jovens marginalizados.
Muita gente  pensa que por ser um espaço destinado a formar cidadãos a escola é democrática,pelo contrário, na verdade, a escola é um espaço de conflitos de interesses achatada por uma politica educacional de cima para baixo que massacra os profissionais da educação sobrecarregados com a burocracia,salários vergonhosos, classes superlotadas, falta de material didático, escolas decadentes e  ausência de um plano de valorização do magistério que  obriga o profissional a se desdobrar cumprindo exaustivas horas de trabalho em diversas unidades escolares para tentar viver com um mínimo de dignidade.
As s crianças das escolas publicas já chegam à escola numa situação desigual,com professores exaustos,desanimados e sem condições de  atender as necessidades individuais de cada aluno.
Os pais por sua vez estão preocupados em garantir o sustento da família e  a vida escolar de seus filhos não esta dentro das prioridades das famílias.
A mídia televisiva tem procurado discutir o problema da educação de uma forma equivocada,pois tenta apontar o verdadeiro culpado pelos problemas da escola atual,ou seja alunos acusam professores,professores acusam alunos, pais acusam professores,professores acusam pais,professores e pais acusam alunos .

Nestes anos de magistério na periferia da grande São Paulo aprendi que não adianta ficar procurando os culpados pelo fracasso da escola,pois diante de tudo que se apresenta na atualidade sobre as escolas e o caos que está mergulhada, podemos afirmar que , somos todos culpados.
Nossos legisladores são culpados pois como detentores do poder de  criar leis não tratam a educação com a seriedade e o respeito necessário e as mudanças não saem dos discursos de palanque.
Nosso poder publico também é culpado pela omissão e politicas educacionais equivocadas,a falta de investimentos  dos governos é vergonhosa.
As secretarias de educação são culpadas por priorizar a burocracia,focando a educação em provas diagnosticas quena verdade  não avaliam a realidade da escola ,perdendo-se em meio aos números que na pratica nada mudam na escola. 
As equipes gestoras   das unidades educacionais são culpadas porque pressionadas pela politica de cima para baixo deixam de se envolver com o "fazer pedagógico" da escola para preencher a papelada da burocracia educacional, deixando de dar  apoio ao professor e aos alunos da escola .
Os pais de alunos são  culpados pela ausência na escola,por não acompanhar a vida escolar do filho, por não cobrarem dos gestores da escola ,professores e governantes  uma educação de qualidade.
 Os professores também  são culpados por apenas culparem seus salários baixos e assim são  coniventes com a perda da qualidade de ensino e consequentemente do  aprendizado do aluno.Alguns professores apontam apenas os alunos e outros seus pais pelo fracasso escolar. Mas e seu papel como profissional da educação não tem falhas ???????
Finalmente os alunos são culpados, pois desperdiçam momentos importantes das aulas com conversas exageradas,brincadeiras de mal gosto e uso exagerado de celulares. São faltosos e resistentes as regras de convivência das escolas,não se preocupam com seu futuro e a qualidade do ensino que a escola oferece.
Somos todos culpados pelo caos que se encontra a escola atual.
Para poder mudar a escola,não basta denuncias de reportagens especiais como  estas que publiquei abaixo e vou continuar publicando nas próximas semanas,acredito que  é preciso primeiro pensar na politica educacional que temos hoje e que esta  não atende os interesses da comunidade escolar ou seja,pais,alunos e professores.
A meu ver a mudança tem que partir de todos ,mas principalmente dos nossos legisladores e  gestores educacionais  que têm nas mãos a possibilidade de enfrentar os grandes desafios da escola, através da proposta de uma nova política pedagógica educacional, partindo do pressuposto de que a escola atual é um fracasso e  que o profissional da educação seja valorizado,assim como também deve ser valorizado o aluno.
Concluindo :A valorização dos profissionais da educação passa por questões básicas como  salário,formação continuada e salas de aula com um número de alunos adequado para que se possibilite um melhor atendimento individualizado dos alunos. A valorização dos alunos requer uma educação de qualidade garantindo o acesso e principalmente a permanência na escola com uma proposta educacional mais atraente e prazerosa .  Também é   fundamental atrair os familiares  para participar do processo de aprendizagem dos alunos através de projetos e uma gestão transparente e democrática ,isso porque a integração da escola e da família é um dos fatores que podem possibilitar  a construção de uma escola de qualidade.

Fonte de pesquisa :CECCON, Claudius. A vida na escola e a escola na vida. 23ª ed., Petrópolis: Editora Vozes Ltda em co-edição com IDAC, 1991

Nesta temática é interessante ver os vídeos postados abaixo:

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