sábado, 5 de junho de 2010

ENEM PARA PROFESSORES É MOTIVO DE POLÊMICA DENTRO E FORA DA CATEGORIA...

A polêmica do ENEM para professores está cada vez maior ...Pipocam notícias por todos os lados e discursos inflamados só contribuem para o circo pegar mais fogo...
Abaixo estão alguns recortes sobre o assunto...para variar idéias  as vezes divergentes ,algumas  contraditórias , outras que mais parecem piadas de mal gosto...o que é trágico em tudo isso é que estão realmente dispostos a continuar com essa polêmica,lendo você fica na dúvida se chora ou cai na gargalhada...POBRE EDUCAÇÃO BRASILEIRA!!!!
Vamos ler... 
Inep: "Exame docente vai valorizar carreira"

Em entrevista ao iG, presidente do órgão que aplicará avaliação a futuros professores acredita que ela vai mudar a profissão
Priscilla Borges, iG Brasília
05/06/2010 08:00
[...]O iG conversou com o presidente do Inep, Joaquim José Soares Neto, e com a coordenadora geral de instrumentos e medidas educacionais do órgão, Gabriela Moriconi, responsável pela prova.
Neto, que também é professor universitário, acredita que a avaliação será decisiva para o futuro da carreira do professor.
A importância que o órgão tem dado à prova é tão grande que uma diretoria do Inep será dedicada exclusivamente a ela.
O objetivo do MEC é que estados e municípios, de acordo com os próprios interesses, possam utilizar os resultados desses exames – que serão feitos por quem quiser – para selecionar professores.
A experiência acumulada do Inep seria utilizada de forma gratuita pelos governos estaduais e municipais.
As regras, os conteúdos e o modelo da avaliação, que inicialmente será aplicada apenas para futuros docentes da educação infantil e séries iniciais do ensino fundamental, não foram definidos.
 O documento com as diretrizes pensadas pelo órgão de estudos e pesquisas do Ministério da Educação estará aberto a críticas e sugestões até 3 de julho.
Até o fim do ano, Neto espera ter o projeto pronto para ser aplicado em 2011.
Vocês decidiram criar uma diretoria só para cuidar de avaliações da carreira docente. Por que?
Neto: Estamos nos especializando na área de avaliação de professores, pela importância que eles têm para a educação. É o principal ator do processo educativo e o Inep está dedicado a isso. Uma diretoria inteira do Inep ficará por conta disso. Acho que é importante esclarecer que estamos falando de avaliação para ingresso na carreira, não de professores que estão em exercício.
Muitas entidades e especialistas reclamam que não foram ouvidas pelo MEC ou pelo Inep antes de a decisão de criar o exame fosse tomada. Como você vê essas críticas?
Neto: O momento para isso é agora. Estamos lançando uma discussão nacional, que não está fechada. Esse é um exame de ingresso na carreira. Ele não vai avaliar professores que estão em atividade. O papel das instituições agora é fazer propostas e críticas. O governo tem de exercer o papel de lançar propostas e colocá-las em execução. Nada será imposto, porque o exame é de adesão, tantos de estados e municípios quanto de candidatos. Tenho certeza de que essa discussão vai motivar mudanças na carreira do professor, aumenta a motivação dos futuros docentes, provocar pressão por melhores salários.
Qual a importância de avaliar o profissional que pretende ser professor e por que não analisar a formação dos que estão em atividade?
Neto: O Inep fará um exame técnico e com qualidade, que pretende auxiliar a seleção de bons candidatos, mostrando o perfil de professor que o País quer. Esse desenho ainda está totalmente aberto. As instituições que quiserem utilizar os resultados vão solicitá-los ao Inep. E a sociedade vai usar esses dados e debates da forma que ela achar melhor. Os municípios hoje que precisam contratar professores têm de organizar o concurso, o que exige experiência e recursos financeiros que muitas vezes eles não têm. Além disso, nós faremos chegar o exame em todas as regiões. Isso vai gerar mobilidade no País. Em relação aos professores em atividade, meu sentimento é de que esse assunto precisa ser mais discutido. Ele ainda não está amadurecido.[...]
Vocês têm expectativas de que muitos candidatos participem da prova?
Neto: Pelas discussões geradas a partir de agora, imagino que sim. Muitas pessoas, sabendo que o exame vai até elas, se sentirão estimuladas a participar do exame. Os estados e municípios, por sua vez, se sentirão estimulados a aderir porque vão contratar pessoas de alto nível. Isso vai aumentar as possibilidades de emprego e a mobilidade das pessoas. Para mim, esse exame vai aumentar o prestígio da carreira.

 
Sobram exames, falta política educacional,
avalia especialista

Entrevista: Gustavo Ioschpe

4 de junho de 2010
Por Nathalia Goulart

Há avaliações demais e políticas de educação de menos no Brasil.
A opinião é do economista e especialista em educação Gustavo Ioschpe.
Ele afirma que o Exame Nacional de Ingresso na Carreira de Docente, anunciado na semana passada pelo governo federal, não deverá alterar a realidade do ensino no país.
Para promover melhorias no setor sem a necessidade de criação de mais um mecanismo de avaliação, o especialista recomenda uma receita curiosa: "Feijão com arroz", ou seja, a adoção de medidas básicas. "Elas provocam impactos significativos no aprendizado", garante.
Confira a seguir a entrevista que Ioschpe concedeu a VEJA.com.
Como o senhor julga a iniciativa do Ministério de Educação de instituir um exame para selecionar professores?
Vejo a medida como positiva. É sempre bom dispor de mecanismos acurados de avaliação. Mas o problema da educação brasileira não é a falta de avaliação. Até acho que ela é uma das mais bem avaliadas do mundo e dispõe de muitos instrumentos para isso. As provas aqui são bem realizadas, temos uma competência e uma sofisticação grande na elaboração de provas. O problema é que os resultados dessas avaliações não se traduzem na mudança de políticas públicas e em práticas de sala de aula, o que faz com que não haja melhora efetiva.
Quais as fragilidades desse novo exame?
Uma delas é que a prova é opcional. Fica a cargo dos estados e municípios decidir aplicá-la ou não, o que por si só já é um fator limitador. Mais delicado, porém, é o fato de que, da maneira que foi criada, não mexe na formação dos professores. Imagino que, se aqueles que aplicarem a prova forem muito exigentes, um grande número de professores não conseguirá atingir o patamar desejado. Em algum momento, será necessário reduzir o grau de exigência e assim nada tende a mudar.
Qual seria a saída?
Se essa fosse uma prova aplicada ao fim do curso de graduação, exigindo-se também uma performance mínima do candidato para a obtenção do diploma, teríamos impactos mais relevantes, porque os cursos de formação seriam obrigados a se modificar. Do jeito que as coisas foram colocadas pelo governo, provavelmente os cursos de formação vão continuar a funcionar da mesma maneira. O exame é um passo positivo, mas será mais um mecanismo a acender a luz vermelha, mostrando que os professores não estão tão bem preparados.
É possível identificar, por meio de uma prova, um bom professor?
Nenhuma prova é 100% eficaz, mas é um instrumento positivo. Até hoje, a literatura científica sobre educação ainda não identificou as variáveis que compõem um bom professor. Ainda não conseguimos identificar e isolar de uma maneira quantitativamente rigorosa do que é feito um bom professor. Conhecemos algumas variáveis relevantes, como conhecimento da matéria, formação, práticas de sala de aula: algumas delas são perceptíveis em uma prova, outras, não.
O senhor costuma afirmar que países que deram saltos educacionais o fizeram porque adotaram medidas básicas de aprimoramento, que o senhor chama de "feijão com arroz". Como deve ser preparada a receita brasileira?
Devemos formar bons professores, formar melhor os gestores das escolas e adotar práticas de sala aula cuja eficiência seja comprovada. O que são essas práticas? Usar mais o livro didático e o dever de casa, parar de inventar currículo, parar de fazer com que cada professor seja um pesquisador e invente a própria roda, fazer com que o tempo da sala de aula seja aproveitado de maneira mais eficiente e não usá-lo apenas para colocar matéria no quadro negro, avaliar mais constantemente o desempenho dos alunos, manter bibliotecas nas escolas e nas salas de aula. São medidas básicas, que provocam impacto significativo no aprendizado.

fonte :http://veja.abril.com.br/

Lembrete:
Para quem não conhece o colunista Gustavo Ioschpe (Porto Alegre, 1977) é um economista com duas graduações (em Ciência política e Administração estratégica) pela Wharton School, na Universidade da Pensilvânia, e mestrado em Economia internacional e Desenvolvimento econômico, pela Universidade Yale, nos Estados Unidos da América.
Foi colunista do jornal Folha de São Paulo e atualmente é colaborador na revista Veja e colunista do jornal Zero Hora . É autor do livro A ignorância custa um mundo, ganhador do Prêmio Jabuti de 2005. Seus artigos têm levantado controvérsia pela ótica com que aborda a educação. Mesmo não possuindo formação específica na área, suas opiniões se baseiam em dados e médias, o que revelaria, segundo críticos, uma leitura do sistema educacional apenas do ponto de vista econômico ou administrativo, como se tratasse de uma empresa.
De rica família, estudou em escolas particulares e graduou-se no exterior. É filho do banqueiro Daniel Ioschpe, morto em 2007, e exerceu as funções do pai a partir da década de 1990.
Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.



'Enem dos professores' deveria avaliar
conhecimento e didática


4 de junho de 2010
Por Nathalia Goulart

[...]Especialistas ouvidos por VEJA.com destacam que, para ser eficiente, o exame precisará avaliar de maneira abrangente o conteúdo que os professores devem conhecer para ministrar as aulas. "Afinal, como um professor pode ensinar um conteúdo que não domina?", questiona Cristina Carvalho, da Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ).
 Para cada ano escolar, deve ser solicitado uma gama diferente de assuntos. "A prova deve cobrar conhecimentos específicos da área em que o professor vai atuar", destaca Maria Márcia Malavasi, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Nesse quesito, o exame poderá apontar a formação deficitária de muitos docentes. Além da baixa qualidade de cursos de graduação, o conhecimento adquirido no ensino fundamental também deixa a desejar. Segundo Cristina, é possível notar que muitos estudantes chegam ao curso de pedagogia sem dominar, por exemplo, noções básicas da matemática. "O problema não começa na faculdade de pedagogia, mas no ensino fundamental", acredita.
Didática - Os especialistas avaliam também que o "Enem dos professores" tem um problema conceitual. Feito a partir de um único exame escrito, ele dificilmente poderá analisar se o professor tem habilidades para transmitir o conhecimento que demonstra possuir. Ainda que seja possível elaborar questões que simulem situações de sala de aula, isso não garante que o candidato possui boa didática.
"Apenas o exame escrito não cobre o universo da didática. É importante avaliar o conteúdo, mas é preciso também medir se o docente tem habilidades para lidar com aquela faixa etária de alunos com que pretende trabalhar", diz Maria Márcia, da Unicamp. "O ideal seria avaliar esses dois quesitos separadamente."
Uma alternativa para contornar esse problema seria obrigar os candidatos a realizar uma aula-prova, ou seja, analisar seu trabalho em prática no ambinente de ensino. Mas essa parece ser uma hipótese pouco prática, dada a extensa rede escolar brasileira.
fonte: http://veja.abril.com.br/


Aguardamos novos comentários e artigos...esse assunto vai se estennnnnnnnnnnnnnnnnder...

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