Li no site da RedePsi uma reportagem do ano passado que denuncia o veto do o Projeto de Lei 442/07 de autoria
da deputada Ana do Carmo (PT) pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), este
projeto foi aprovado no final de 2012, o PL autorizava a Estado a criar cargos
de psicólogo e assistente social nas escolas estaduais da educação infantil,
fundamental e ensino médio, confesso que me surpreendeu um projeto deste
“passar” pelos deputados estaduais da base governista que só votam projetos do
interesse do governo, esse pessoal não deixa nada passar é como se fossem
eleitos para representar o governador e não o povo que depositou um voto de
confiança neles.O "cochilo" dos governistas, neste caso obrigou o governador a entrar em ação com o veto, contradizendo as
promessas de campanha em relação a mudanças na educação publica do estado, que
continua a amargar com baixos índices de proficiência nas avaliações nacionais,
internacionais e do próprio estado como é o caso do SARESP.
Segundo o site RedePsi, o
secretário ignorou o ofício solicitando audiência e não chamou os
representantes das entidades para uma reunião.
A justificativa do
governador em relação ao veto é que o intuito do governo é evitar novos custos
e de que esses serviços já são oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e
pelos conselhos tutelares.
O veto da PL que autoriza o Estado
a criar cargos de psicólogo e assistente social nas escolas estaduais é uma
vergonha! A SEE mais uma vez ignorou uma PL que visa melhorar a educação do Estado,
provavelmente por julgar que nossas escolas publicas não possuem problemas e o
argumento do governador é no mínimo hilário, pois quer “evitar novos custos”.
Esse mesmo governo que busca “evitar custos”, no mês de junho (13),quando as atenções dos paulistas
estavam focadas no boicote contra copa
do mundo e nas manifestações populares ,saiu publicado no Diário Oficial do
Estado a compra de 5.200 assinaturas semestrais da revista Veja para serem
distribuídas nas escolas da rede pública sem licitação.
Segundo o site da Rede
Brasil, o” valor contratado foi de R$ 669.240,00, a ser desembolsado em nome da
Fundação para o Desenvolvimento da Educação, órgão do governo estadual.”
Só para lembrar, a revista
Veja não possui um perfil editorial educativo e não está direcionada para a
faixa de estudantes do fundamental I e II, geralmente
estas revistas nem chegam às salas de aula, pois seu conteúdo nem sempre
é apropriado para crianças, geralmente grande parte destes exemplares comprados
para as escolas ficam encostados em alguns ambientes da escola, isso na
realidade é improbidade administrativa.
O argumento do governador de evitar novos
custos na educação em relação à presença do psicólogo na escola e a contratação
das assinaturas da revista Veja por uma quantia considerável sem licitação mostra
nitidamente a politica educacional vergonhosa do estado de São Paulo.
Qual a importância de um Psicólogo na Escola?
Nas últimas décadas percebe-se que esta politica
de evitar novos custos com a prevenção de problemas na educação tem gerado outros
problemas ainda mais sérios e preocupantes como o consumo de crack entre alunos
do fundamental I.
A
presença de um psicólogo na escola seria uma abordagem de ação preventiva
na educação e na formação de nossos alunos, isso porque a Psicologia Escolar
sai do foco do tratamento e correção para "antecipar-se” aos mais variados
problemas do cotidiano escolar e da práxis pedagógica na escola. A concepção de
um psicólogo no contexto educacional se dá como um “agente de mudanças”
.
.
A Prof.ª Carmem Silvia de Arruda Andaló
do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina
define o psicólogo na escola como “um elemento
catalizador de reflexões, um conscientizador dos papéis representados pelos
vários grupos que compõem a instituição”.
A escola atual é um verdadeiro “cadinho” de
problemas sociais, as queixas básicas comumente encontradas entre os docentes referem-se
ao desinteresse, à dispersividade e apatia dos alunos em relação à aprendizagem
e aos estudos gerando baixo rendimento.
A comunidade escolar como um todo tem
dificuldades em lidar também com a agitação a agressividade e a rebeldia refletindo
os mais variados graus de violência física, emocional e social no interior da escola.
Entre os educandos destacam-se as dificuldades na relação
professor-aluno, isso porque a tendência geral da escola é sempre focar as
causas destas dificuldades nos alunos.
Neste contexto conflituoso da escola atual, o maior desafio é a
superação da dificuldade de diálogo entre a família e a escola, nessa
perspectiva o psicólogo na escola como agente de mudanças, poderia desfocar a atenção sobre o outro
como único culpado pelos problemas no contexto escolar, propiciando uma visão
mais ampla dos problemas, considerando todos os seus aspectos para encontrar
formas alternativas de enfrentá-los coletivamente.
O psicólogo na escola além de seu papel como agente de mudanças
nas relações sociais da comunidade escolar e como suporte ao projeto pedagógico
da escola pode também contribuir com uma abordagem de intervenções voltadas
para os processos dos indivíduos, pois consideramos inúmeros casos onde as
dificuldades de aprendizagem e desajustamentos emocionais e sociais são do
próprio aluno e não da escola como instituição. Nestes casos que necessitam de
um enfoque mais clínico, o psicólogo escolar encaminha e acompanha o
desenvolvimento de tratamentos.
A Psicóloga Cecília Brito,Pós-graduada em
Educação Infantil e Neuropsicologia,destaca as principais atribuições do psicólogo
escolar que estão elencadas abaixo:
- · Assessoria na elaboração, implementação e avaliação de projetos pedagógicos coerentes com os vários segmentos da escola;
- · Avaliação dos alunos de acordo com os projetos implementados;
- · Análise e intervenção relacionadas às interações em sala de aula;
- · Desenvolvimento de programas junto aos pais, orientando sobre questões facilitadoras de aprendizagem;
- · Diagnóstico e encaminhamento de problemas relativos a queixas escolares
Na minha opinião o governador reeleito e o secretario da SEE de São Paulo necessitam urgentemente
de tecer um novo olhar sobre as escolas
publicas do estado que agonizam em meio ao caos que se estabeleceu ao longo de sua história , a presença de um psicólogo
nas escolas publicas contribuiria para o entendimento e a superação das mais variadas formas de conflitos de relações presentes no contexto escolar .
Segundo Cecília Brito” O psicólogo escolar contribui para o entendimento de diferentes formas de subjetividade construídas e mediadas pela relação dialógica, seja entre corpo docente e discente, entre a instituição e os sujeitos que dela fazem parte, entre pais e professores, entre pais e alunos e entre os próprios alunos. É este olhar mais "humanista" que favorece a descoberta de potencialidades, muitas das vezes, encobertas, adormecidas e impedidas de se manifestarem.”
Segundo Cecília Brito” O psicólogo escolar contribui para o entendimento de diferentes formas de subjetividade construídas e mediadas pela relação dialógica, seja entre corpo docente e discente, entre a instituição e os sujeitos que dela fazem parte, entre pais e professores, entre pais e alunos e entre os próprios alunos. É este olhar mais "humanista" que favorece a descoberta de potencialidades, muitas das vezes, encobertas, adormecidas e impedidas de se manifestarem.”
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98931984000100009 O papel do psicólogo escolar
A prof.Carmem Silvia de Arruda Andaló do Departamento de Psicologia da Universidade
Federal de Santa Catarina
A Psicóloga Cecília Brito,Pós-graduada em Educação Infantil e
Neuropsicologia O Papel do Psicólogo na Educação - Jornal Varginha Hoje http://www.jornalvarginhahoje.com.br/2013/06/o-papel-do-psicologo-na-educacao.html#ixzz3Hwd8HEQ6
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