Circula na mídia que o governo recuou e suspendeu temporariamente a reorganização das escolas e o fechamento de muitas para negociar a desocupação das escolas ocupadas por pais e alunos e movimentos sociais ,mas ao contrário do que a mídia insiste em divulgar ,o recuo não quer dizer que o governo desistiu da reorganização.
Estudantes e pais não acreditaram nas "boas intenções" do governo e decidiram manter a ocupação das escolas,afinal de contas pode ser uma clara manobra do governo para desmobilizar os grupos que estão ocupando as escolas e esvaziar o movimento.
O projeto
de reorganização da rede estadual de São Paulo implica em mudanças drásticas na vida
de todos envolvidos, e a ausência do debate com professores, pais, alunos e funcionários
da rede deixa clara a politica da imposição de cima para baixo, característica peculiar
das ultimas administrações .
O óbvio deste quadro é que na realidade a tal “reorganização”
tem como objetivo central o corte de verbas.
O
fechamentos dos cursos noturnos e de algumas escolas pode acarretar em demissão
de professores temporários , pois haverá
menos aulas para atribuir,demissão de trabalhadores terceirizados que atuam na
merenda e limpeza.
A evasão
escolar, aumentará consideravelmente e no caso do ensino noturno, que é
frequentado por alunos trabalhadores, a
redução destes cursos e a distância serão fatores que influenciaram diretamente
na evasão devido as dificuldades de acesso e o desgaste do ensino precário.
A qualidade de ensino que
já é precária em muitos lugares pode sucumbir de vez, diante do caos de um
número cada vez maior de alunos por sala
de aula. A realidade das salas de aulas lotadas será ainda pior.
As declarações que de os
alunos serão transferidos para estudar até 1,5 km da escola de origem,não considera
questões simples da geografia, pois para afirmar tal façanha as escolas consideradas
deveriam estar cada uma tiver na ponta
do diâmetro e em linha reta,o que não corresponde a realidade e na prática vai
ser no mínimo 3km de distância entre uma
escola e outra . O aumento da distância vai prejudicar muitos alunos e dificultará
ainda mais a vida dos pais ,principalmente para aqueles pais que tem filhos em ciclos diferentes.
O rede
estadual vem a décadas sendo sucateada descaradamente ,a desculpa da diminuição da procura de
matriculas, é a oportunidade de
justificar os cortes significativos que o orçamento da secretaria da educação
apresentou para 2016 que na realidade
é o mesmo valor que foi destinado para o
ano de 2015 sem considerar a inflação medida pelo IPCA ,ou seja, será no
mínimo 10% menor do que o deste ano. O governo
não está considerando que a crise vai acarretar em um grande contingente
de alunos de escolas particulares que migraram forçosamente para a rede pública
o que vai criar uma “bolha” de matriculas sem vagas .
A crise econômica não justifica tamanha barbaridade contra a educação
pública do maior estado do país.
O recuo da aplicação desta reorganização bárbara ainda não implica em
uma vitória dos alunos e pais que estão mobilizados e acampados nas escolas
invadidas, mas é o começo de um “movimento legitimo da população” em busca de
uma educação de qualidade para crianças e jovens da rede estadual.
Gestão Alckmin oferece suspender fechamento de escolas em troca de desocupações
JULIANA GRAGNANI
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
19/11/2015 15h28
A gestão Geraldo Alckmin (PSDB) disse nesta quinta-feira (19) que pode suspender temporariamente a decisão de fechar e reorganizar as escolas estaduais a partir de 2016.
O anúncio foi feito na tarde desta quinta-feira (19) pelo secretário Herman Voorwald (Educação), em audiência de conciliação entre governo, professores e estudantes. De acordo com o secretário, a suspensão pode ocorrer apenas 48 horas após os alunos deixarem as unidades invadidas.
Ao menos 40 unidades foram invadidas por alunos. Dessas, seis foram por integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto). O governo estadual não informou, porém, quando deve retomar as mudanças. Na última terça (17), Voorwald afirmou que, por obrigação, o governo teria de pedir a reintegração de posse de todas as escolas invadidas.
Segundo documento lido por Voorwald, caso haja acordo, a reorganização será suspensa até que escolas a discutam internamente e, depois, apresentem uma nova proposta ao governo. Tudo isso deve ser feito antes do fim do ano.
Bruno Santos/Folhapress
Inicialmente, a Secretaria da Educação previa fechar 94 escolas e transferir 311 mil alunos ano que vem. O plano sofreu derrota na Justiça na segunda-feira (16). Uma decisão em caráter liminar (provisório) suspendeu o fechamento da escola Braz Cubas, em Santos, a pedido da Defensoria Pública e da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
Na semana passada, o governo já havia recuado da decisão de fechar outro colégio, na zona rural de Piracicaba (a 160 km de SP), após mães procurarem a Promotoria.
Desde que a ideia foi anunciada, em setembro, tem havido protestos praticamente diários. Escolas foram invadidas por alunos, pais e integrantes de movimentos sociais.
INVASÕES
O movimento de alunos contra as mudanças na rede estadual anunciadas pela gestão Geraldo Alckmin (PSDB) se espalhou e já afeta as aulas de pelo menos 26 mil estudantes, segundo a secretaria da Educação. Nesta quarta (18), a pasta publicou no "Diário Oficial" uma resolução que mantém o cumprimento dos 200 dias letivos em todas as escolas da rede e que a equipe gestora deve reprogramar e estender o calendário letivo nas unidades em que as aulas estão suspensas devido às invasões.
"A secretaria tem a obrigação de garantir a continuidade das aulas. Estamos e sempre estaremos abertos ao diálogo com estudantes e professores que queiram se manifestar sobre a reorganização ou outro tema. Mas não podemos ficar rendidos a grupos distantes da educação. É preciso responsabilidade com nossos alunos", disse Herman Voorwald (Educação).
Os manifestantes protestam contra a intenção do governo estadual de dividir parte das unidades por ciclos únicos (anos iniciais e finais do fundamental e o médio). Para isso, a gestão tucana deve viabilizar em 2016 o fechamento de 92 escolas e o remanejamento de cerca de 300 mil alunos –a rede tem 5.147 escolas e 3,8 milhões de estudantes. Ao todo, 754 unidades terão só um ciclo no Estado.
O plano sofreu uma derrota na Justiça nesta segunda (16). Uma decisão em caráter liminar (provisório) suspendeu o fechamento da escola Braz Cubas, em Santos, a pedido da Defensoria Pública e da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
As instituições argumentavam, entre outros pontos, que o governo não poderia fechar uma referência na educação de crianças com deficiência. A decisão determina que a escola continue funcionando até que seja provada "a real necessidade do encerramento de suas atividades". Na semana passada, o governo já havia recuado da decisão de fechar outro colégio, na zona rural de Piracicaba (a 160 km de SP), após mães procurarem a Promotoria.
A Secretaria do Estado de Educação do Estado informou nesta quarta (18) que os alunos terão que cumprir os 200 dias letivos. Uma resolução determina que, nas escolas em que estejam acontecendo ocupações, a equipe gestora deve reprogramar e estender o calendário letivo a fim de concluir as atividades escolares.
Zanone Fraissat/Folhapress | ||
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