segunda-feira, 11 de outubro de 2010

REDE ESTADUAL NÃO VAI INCLUIR MÚSICA EM SUA GRADE CURRICULAR...

Embora o MEC tenha indicado a inclusão do ensino de música nas escolas a rede estadual paulista informou que não fará a inclusão em sua  grade escolar, alegando que Educação Artística já trabalha com música dentro dos temas transversais.
Leia a posição de especialistas ,da APEOESP e da SECRETARIA DA EDUCAÇÃO:


segunda-feira, 11 de outubro de 2010 7:17

Música volta à grade curricular das escolas

Camila Brunelli
Do Diário do Grande ABC


A partir de agosto de 2012 as escolas brasileiras terão de ter em sua grade curricular o ensino da música, como disciplina optativa tanto no Ensino Médio quanto no Fundamental.
 A exigência é baseada em lei federal que impõe a nova mudança. Portanto, os colégios serão obrigados a oferecer o conteúdo musical.
Especialistas em Educação são enfáticos em afirmar que os alunos só têm a ganhar com a medida. 
Seja nodesenvolvimento da arte, da sensibilidade ou das questões humanísticas do jovem.
O ponto de divergência é a maneira como o conteúdo musical especificado na lei federal será abordado.
diretora da Fundação das Artes de São Caetano, Noemi Munhoz é a favor, mas tem suas ressalvas. "Acho maravilhoso, a Música nunca deveria ter sido tirada da grade curricular. Ajuda no raciocínio matemático, na memória, tira os jovens da rua, além de trabalhar a sociabilidade."
"A minha única ressalva é quanto ao que será ensinado e por que tipo de profissional. Não é só cantar com as crianças. Trata-se de ensinar a ler partitura ou a tocar um instrumento - e para isso é preciso que seja profissional de Música, alguém com licenciatura e habilitação. Para dar aula de Português, não precisa ser formado em Letras? Com música também é assim."
A presidente da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), Maria Izabel Azevedo Noronha, defende ensino mais voltado para o desenvolvimento da sensibilidade do aluno. "A intenção do conteúdo musical no projeto pedagógico é trabalhar a música dentro da Educação Artística, como mais uma forma de expressão. Aflora a sensibilidade e parte do cérebro acaba se desenvolvendo."
Maria Izabel acredita que o estudo da parte formal, como as posições das notas musicais nas linhas da partitura, é difícil para o aluno e não atrai a atenção dos jovens. "Isso acaba matando o objetivo no qual a música deveria se esmerar, que é trabalhar a sensibilidade."
Maria Izabel também é contra o posicionamento da Secretaria do Estado de Educação. O órgão informou que não deve fazer adaptação na grade escolar, porque a música já é abordada nas escolas estaduais de maneira transversal, nas aulas de Educação Artística. "Atualmente os alunos cantam o Hino Nacional, por exemplo, mas sem reflexão, e sem a utilização desse exercício de maneira multidisciplinar", avaliou. 
"A música, quando abordada de forma correta, tem papel de auxiliar o professor de diversas matérias, pois ajuda jovem em distintas áreas da sua vida."


MUDANÇA DE VIDA
É o caso de Décio, de 16 anos. Desde criança demonstrava amor pela música. Morador do Jardim Silvina, fazia aula de violão perto de casa, pagando R$ 10 por mês.

Há três anos faz aula de música na Usina Socioeducativa da Fundação Criança, em São Bernardo. Trata-se de um projeto que atende cerca de 300 jovens por semestre e um dos únicos do Brasil a oferecer em espaço público a formação em viola da gamba nos quatro tipos do instrumento, um pouco menor que o violoncelo. As oficinas, juntamente com violoncelo, violino, viola de corda e flauta doce, integram um projeto de música barroca com a formação de uma orquestra de Câmara da Usina.
Décio é aluno do curso de viola da gamba. "Achei interessante porque era um instrumento novo para mim", explicou. "Passei a ter uma visão que não tinha antigamente. Não tinha ideia do que era música erudita, por exemplo. A música me deu postura na vida, me ajudou no estudo, na concentração. Aplico o que aprendo aqui em vários aspectos."
Outro adolescente, 16 anos, aprendeu a tocar violino no tempo que ficou na Fundação Casa. Durante quatro dos dez meses de internação, o menor interessou-se pelo instrumento e agora, em liberdade assistida, quer retomar os estudos. "Acho que fico mais concentrado, mais calmo."

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