quinta-feira, 28 de maio de 2015

VÍDEO "VIRALIZOU" E MOSTROU A SITUAÇÃO DOS PROFESSORES NAS ESCOLAS DO PAÍS

Diante desse quadro verdadeiramente "viral", que "afronta " diretamente   magistério e os direitos constitucionais desta professora,a SE de Minas Gerais  limitou-se a dizer que  "sabe da importância de desenvolver ações com foco na prevenção e enfrentamento da violência ... e afirma que usa "metodologias como rodas de conversas intersetoriais sobre o tema",isso só pode ser uma piada de mau gosto,desde quando "roda de conversa! combate violência ???

O vídeo que se transformou em um "viral" em poucos dias é a prova de que nada se faz pela educação brasileira e que o debate sobre a violência escolar não pode se restringir à comparação da administração anterior  com a administração atual ,ações efetivas são necessárias,pois esse exercício  de "roda de conversa" não é capaz de resolver o problema e nem mesmo de fazer avançar uma politica séria de combate a violência no ambiente escolar e do resgate do profissional da educação há anos e anos desrespeitado neste  país. 

Trabalhei como mediadora de conflitos e acredito no poder da palavra e no diálogo mas com efeito, ele sozinho  não é suficiente para engendrar um projeto de combate à violência,é necessário mais ação e menos bate papo,pois professores de "pés e mão atadas" não podem formar "cidadãos".

"Foi humilhação", diz diretora de escola onde agressão a professora virou viral

Por BBC  - Atualizada às 

Moradores e professores de cidade mineira farão protesto pedindo respeito após episódio visto mais de um milhão de vezes na web; governo de MG enviará equipe para apurar fatos


"Estamos de pés e mãos atados", diz Silvana da Cunha Melo, diretora de uma escola estadual no Vale do Jequitinhonha (MG), área que registra alguns dos piores indicadores sociais do Brasil.
Ela se refere a um caso recente que engrossa estas estatísticas: um vídeo filmado pelos próprios alunos do colégio onde trabalha mostra uma professora sendo agredida por um adolescente de 14 anos dentro da biblioteca. O jovem chega a passar a mão nas nádegas e tocar os seios da professora - ao fundo, escutam-se os risos de outros estudantes.
O filme foi gravado em 10 de abril no município de Araçuaí, mas só ganhou fôlego nas redes sociais na semana passada. A cidade tem pouco mais de 37 mil habitantes. As imagens dos abusos foram vistas mais de um milhão de vezes, só no Facebook.
"A educação acabou", lamenta a diretora. "Nunca registramos nada nessa magnitude, mas violência e falta de respeito acontecem todos os dias. A gente reclama, mas não é atendida. Estamos longe de tudo. Agora que espalhou e foi para a mídia, espero que mude alguma coisa."

Filme foi gravado por alunos dentro de biblioteca; após série de ofensas, adolescente de 14 anos chega a tocar as nádegas e os seios da professora
Reprodução
Filme foi gravado por alunos dentro de biblioteca; após série de ofensas, adolescente de 14 anos chega a tocar as nádegas e os seios da professora

Procurada pela BBC Brasil, a Secretaria de Educação de Minas Gerais disse que entende "a violência como um fenômeno de múltiplas causas presentes em nossa sociedade de um modo geral", e afirma que "é indiscutível que nos espaços escolares esse cenário também pode ser identificado".
Sobre o episódio específico de Araçuaí, a Secretaria informa que "a cena demonstrada no vídeo requer um aprofundamento para pautar melhor metodologias de atendimento e acompanhamento".
O governo mineiro diz que duas funcionárias da secretaria serão enviadas a Araçuaí nesta quarta-feira "para apurar os fatos in loco" e discutir soluções contra a violência física e psicológica dentro de escolas com alunos, pais e professores.
'Impotência'
No ano passado, durante as eleições, a BBC Brasil publicou uma série de reportagens sobre a violência de alunos contra professores. Sugerida pelos próprios leitores, a série ganhou na semana passada menção honrosa no Prêmio de Jornalismo da Associação dos Defensores Públicos do Rio Grande do Sul (ADEPERGS), categoria internacional.
As matérias revelaram casos de professores que chegaram a tentar suicídio após agressões consecutivas e algumas das soluções encontradas por colégios públicos para conter a violência - da militarização à disseminação de uma cultura de paz entre escolas e comunidade.
Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que ouviu mais de 100 mil professores e diretores de escola em 34 países, o Brasil ocupa o topo de um ranking de violência em escolas - 12,5% dos professores ouvidos disseram ser vítimas de agressões verbais ou intimidação pelo menos uma vez por semana.
"Precisamos de um psicólogo e um psiquiatra trabalhando aqui com a gente. Nós não estudamos para isso, a sensação é de impotência", afirma Silvana, a diretora do colégio de Araçuaí.
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À reportagem da BBC Brasil, o governo de Minas Gerais informou que uma comissão com representantes das secretarias de Defesa, Desenvolvimento Social e Saúde, Polícia Militar, Ministério Público e Defensoria Pública, além de entidades estudantis e de professores, está sendo formada com "foco na prevenção e enfrentamento da violência nas escolas".
A professora agredida foi orientada por seus advogados a não dar entrevistas. O caso foi registrado em uma delegacia e na Vara de Infância e Juventude do município, que informou apenas que "todas as providências cabíveis ao caso estão sendo tomadas".
'Luto'
No dia da agressão, a professora - responsável por aulas especiais na biblioteca - completava apenas duas semanas de trabalho no colégio estadual, onde estudam 612 alunos, segundo a direção.
De acordo com colegas de trabalho, ela preferiu não se afastar das tarefas diárias na escola e continuou dando aulas após o episódio. Eles dizem que a profissional "está abalada" e "foi vista chorando" na semana passada.
"Foi uma humilhação para todos nós, não só para ela", diz a diretora. Professores e moradores da cidade realizarão um protesto nesta quarta-feira nas ruas da cidade pedindo justiça e atenção para a situação precária do ensino público no país.
"Estaremos de preto, de luto", afirma. "Os alunos não ficam dentro da sala de aula. Batem boca como se estivessem batendo boca com qualquer um. Estragam os carros dos professores. Ofendem. A gente só está pedindo respeito - e não como professores, mas como seres humanos. Nenhuma pessoa merece ser agredida ou ofendida onde for. A gente só quer ser valorizado, como qualquer pessoa."
A Secretaria de Estado do governo mineiro diz que "sabe da importância de desenvolver ações com foco na prevenção e enfrentamento da violência física e psicológica no ambiente escolar" e afirma que usa "metodologias como rodas de conversas intersetoriais sobre o tema".
A conclusão da pesquisa é de que os professores gostam de seu trabalho, mas "não se sentem apoiados e reconhecidos pela instituição escolar e se veem desconsiderados pela sociedade em geral", diz a OCDE.
Fonte :
http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/2015-05-27/foi-uma-humilhacao-diz-escola-onde-video-de-agressao-a-professora-virou-viral.html
28/5/2015 às 00h15 (Atualizado em 28/5/2015 às 15h03)

Pai interna aluno que agrediu professora em centro psiquiátrico de BH

Ele alega que o jovem não estaria recebendo a medicação e, por isso, ficou fora de controle
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  • Márcia Costanti, do R7
O adolescente de 14 anos filmado ao agredir e xingar uma professora na Escola Estadual Dom Jose de Haas, em Araçuaí, Vale do Jequitinhonha, será internado no Cepai (Centro Psíquico da Adolescência e Infância), no bairro Santa Efigênia, região leste de Belo Horizonte. 
O pai do menino, Juarez Gomes Caldeira, de 51 anos, acompanha o filho na viagem até a capital mineira.
Caldeira, que é separado da mãe do garoto, conta que o jovem sempre apresentou problemas de comportamento e foi diagnosticado com “retardo mental leve” durante avaliações feitas em Belo Horizonte. Ele explica ainda que o filho passou a ser agressivo depois de ter sido abusado sexualmente aos sete anos de idade por um adolescente. Ele afirma que durante os anos em que teve a guarda provisória do menor, procurou integrá-lo à vida escolar.
— Eu permanecia na sala de aula com ele, para ele aprender a respeitar os colegas, os professores, a diretora e a própria instituição. Enquanto ele viveu comigo, 24 horas do meu tempo era do lado dele.
Há cerca de três anos, o garoto voltou para a casa da mãe. Agora, o pai culpa a ex-mulher por tudo que aconteceu. Ele alega que ela não estaria dando a medicação indicada para o tratamento do filho, além de ter afastado o garoto dos projetos sociais e da própria escola. No ano passado, em um dos surtos, ele atacou um homem a pedradas e ainda atacou Caldeira, desferindo dois chutes na boca do pai.
— Quando ele toma a medicação, ele fica tranquilo. Ele participava de projetos sociais para ocupar a mente dele e agora ele está assim, deu no que deu. Os internautas estão me massacrando, chamam meu filho de bandido. Isso está doendo. Ele errou e eu concordo, mas ele também é doente.
Desempregado, Caldeira alega que procurou o Ministério Público de Minas Gerais diversas vezes para buscar ajuda para o adolescente, sem sucesso. A reportagem do portal R7 tentou entrar em contato com a promotora de Justiça da Infância e Juventude de Araçuaí, mas foi informada de que ela estava em reunião.
Lembre
No vídeo, que viralizou na internet, o estudante xinga a professora, joga os livros dela no chão, dá tapas e, não satisfeito, ainda passa a mão nas partes íntimas da educadora.O jovem estuda na 6º série. As agressões são testemunhadas por outros alunos, que riem. "Você é feia, desconfia. Você tem homem?".
Ele joga os livros no chão e dá ordens: "Vai pegar, p..., vai pegar agora". Ele ainda toca as partes íntimas da educadora.  "Está com medo de se sentir ofendida? Não vai falar nada? Você está tremendo, querida? E se eu pegar nos seus p...? Vagabunda". Diante das agressões, a professora também perde o controle, xinga e chega a dar um tapa no aluno.
FONTE:http://noticias.r7.com/minas-gerais/pai-interna-aluno-que-agrediu-professora-em-centro-psiquiatrico-de-bh-28052015

Um comentário:

  1. O texto diz que ela "perdeu o controle" xinga e dá um tapa? Em uma situação dessa isso nem se configura perda de controle. Perda de controle teria eu, indo direto para a cadeia, perdendo o cargo e o garoto em coma para o hospital. Isso configuraria perda de controle.

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